A gente lê + Frases de George Orwell em 1984,
1984. Livro considerado magnum opus de Eric Arthur Blair. O quê? Calma que vou explicar.
Magnum opus significa grande obra, a melhor, mais renomada de um artista. George Orwell era apenas o pseudônimo de Eric Arthur Blair.
Curiosidade: o autor foi diagnosticado com tuberculose e então se esforçou ao máximo para terminar esse livro que seria sua obra-prima. Ele morreu um ano após a publicação de 1984. No meio da minha pesquisa para esse post, encontro "como um tolo, eu decidi não ir ao médico — eu queria terminar o livro que estava escrevendo", trecho da Revista Bula (1984, o livro que matou George Orwell).
Sua obra-prima chega ao público em 1949. Em 1956 é lançado o primeiro filme (preto e branco, filme disponibilizado no Youtube) e, em 1984, é lançado outro filme (já colorido), que se passa no período que o autor havia imaginado no livro. Sobre esses filmes, eles são interessantes, mas não mostram nem metade do que o livro nos passam. Recomendo eles mais como curiosidade. O livro é o que não dá pra perder.
Sobre a história, se baseia em uma sociedade distópica em que todos são vigiados (o famoso Big Brother), pois todas as casas possuem câmeras. O Partido controla tudo e todos, e as pessoas não podem ter pensamentos heréticos, senão são presas e condenadas à morte. Esse é o mundo que vivem, e nosso protagonista é contrário a ele.

À partir daqui, cuidado, pois conterá spoilers!!!
O livro é cheio de detalhes, e até assusta a intensidade dessa cultura totalitarista. Um trecho que exemplifica isso é o seguinte:
Chegava a ser natural que as pessoas com mais de trinta anos temessem os próprios filhos.
A parte que mais me chama a atenção, é o final da 2ª parte, em que se explica muito do pensamento do Partido. Aqui tem dois trechos que me surpreenderam bastante:
O objetivo primário da guerra moderna [...] é usar os produtos da máquina sem elevar o padrão geral de vida.
A longo termo, uma sociedade hierárquica só era possível num mundo de pobreza e ignorância.
Além disso, há uma nova língua sendo criada. Aqui eu coloco uma parte da resenha de Ben Pimlott (escrita em 1989), que dá um bom exemplo disso.
Na Oceânia, o Partido criou uma linguagem sanitizada, a Novafala, para assumir o lugar do inglês tradicional e suas associações desconfortáveis. Esse Esperanto ideológico é composto por palavras curtas e apocopadas " que provocam um mínimo de eco na mente daquele que fala o idioma", e que por fim torna impossível a construção de pensamentos heréticos.
E a frase que me chamou muito a atenção (se não for a que mais), e aparece no começo do segundo filme:
Quem controla o passado, controla o futuro; quem controla o presente, controla o passado.
Dá pra ter uma ideia do que esperar do livro. Mas mesmo com Spoiler, você precisa ler. É um pouco longo, mas não é difícil. Realmente dá um grande choque de realidade, mas é muito rico nessa crítica. Cheio de detalhes que prendem a atenção do leitor. É tanta informação, que não dá pra colocar tudo em um post. Recomendo fortemente esse livro.
E para fechar, à que se refere à crítica do autor. Eu mesmo fiquei na dúvida se ele estava criticando o socialismo que ele mesmo tanto acreditava, mas é um pouco mais sútil à quem se deve realmente essa crítica.
"A guerra espanhola e outros eventos de 1936-37 fizeram a balança pender, e depois disso eu sabia onde estava. Cada linha de trabalho sério que redigi desde 1936 foi escrita, direta ou indiretamente, contra o totalitarismo e a favor do socialismo democrático, tal como o conheço."
Trecho com frase de George Orwell, retirado da resenha de Thomas Pynchon (em 2003).
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Número Zero foi o último livro publicado em vida por Umberto Eco, italiano morto em fevereiro de 2016 que, além de escritor de sucesso (você já deve ter ouvido falar na sua obra mais famosa, Em Nome da Rosa), era jornalista, ensaísta, filósofo, medievalista e muito mais.
Escrito entre 1873 e 1877 por Liev Tolstói, Anna Kariênina é um dos maiores clássicos da literatura - e não só por causa de suas mais de 800 páginas. É bem possível que, embora nunca tenha lido a obra, você saiba que o livro aborda o adultério-escândalo cometido por uma mulher da alta sociedade russa. Sim, o livro é sobre isso mesmo... mas é também muito, muito mais.
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