Resenha negativa e com spoilers de Quem é Você, Alasca?, do John Green

Resenha negativa e com spoilers de Quem é Você, Alasca?, do John Green

O título é direto porque eu não consegui gostar de Quem É Você, Alasca? do John Green ou achar uma lista de "motivos para ler". Então vou resumir um pouquinho da obra e expressar comentários.

SPOILERS! Atenção.

1. Personagens

Miles: O narrador do livro é um garoto bobo e nerd, que vai morar em dormitórios de uma escola em outra cidade porque está entediado.  É fanático por “últimas palavras” de pessoas famosas (o que é legal), mas isso não faz nada além de um misteriozinho na capa do livro.

Alasca: Uma garota feminista (isso é legal), de personalidade forte, de lua (OK), ela é super segura de si  mas não gosta de ir para casa por um segredo misterioso que você não vai ver muito desenvolvido já que ela... bom, vamos falar disso depois. O autor enfatiza que ela “curte a vida”, namora, fuma, bebe, é livre e... daí? Bom, ela só influencia o menino novo a fazer isso também e ele se apaixona, porque ela é, na descrição do narrador, “linda, pequena e gostosa” (Uau.).

Coronel: é o amigo-do-protagonista-e-da-Alasca. Sua função no livro é dar momentos extremamente entediantes que eles chamam de “trote”. É, eles pregam peças bem bobas nos coleguinhas do colégio e você tem que ler sobre elas.

Takumi: é o amigo japonês. Só.

Lana: uma gringa, serve para ser a namorada-do-narrador-que-ele-fica-só-para-preencher-o-vazio-pois-não-pode-ter-a-Alasca. Mas nenhuma discussão sobre isso.

Acabou. Tem até outros personagens, mas eles só servem para seguir com uma ou duas ações. Você não tem por que se preocupar com eles.

2. A história (Todo o resumo com spoilers)

Primeira parte do livro chama "Antes", então você já sabe que alguma coisa vai acontecer. Toda ela é cheia de alegria, energia: menino novo entra na escola, não tem amigos. Faz um amigo engraçadinho que odeia os populares do colégio e prega peças neles. Conhece garota linda dos sonhos, mas que tem namorado e não o trai. Aprende a fumar, beber e ser “v1d4 lok4” com os amiguinhos e, cheio de hormônios, arruma uma namoradinha, sem esquecer o amor platônico.

Cem páginas de trotes armados e nomes de livros de outros autores para despertar o interesse pela leitura de jovens e desenvolver a história em volta de uma obra em especial (a da vez é O General em Seu Labirinto, de Gabriel García Márquez).

Você não sabe nada sobre a Alasca, vê uns miquinhos do personagem principal e suas tentativas de descobrir “Como podemos sair desse labirinto”. O garoto principal já “ama” a menina com toda as forças. E aí você se pergunta quando será revelado o segredo dessa menina.

Aí eles bebem muito, cada um conta uma história do melhor dia de suas vidas e o pior. Alasca conta que o melhor foi ir ao zoológico, o pior foi o dia seguinte, quando a mãe teve um aneurisma, mas ela não conseguiu chamar a ambulância e o pai a culpou por isso (Muito interessante mesmo. Mas desenvolvido de forma péssima).

Finalmente eles se beijam. Daí ela liga para o namorado e do nada sai de casa, bêbada e vai dirigir. Ninguém a impede e ela morre. Fim da parte 1.

Chega o "Depois". Essa ideia de dividir o livro foi legal.

Então os amigos tentam identificar por que ela morreu. Pensam em suicídio (o que realmente teria sido uma ideia interessante, sobre como não prestamos atenção nas pessoas ao redor, já que ela  estava com um problema sério), mas ela nunca falava em morte ou tinha os sintomas apontados (teria sido legal se eles descobrissem então que ela tinha dado os sinais possíveis). Aí eles concluem que ela lembrou que era o dia de levar flores para o túmulo da mãe. E foi isso que ela foi fazer (até que é interessante, mas mal desenvolvido). E é só.

 Descobrem que o “labirinto” é o sofrimento. A namorada-coadjuvante do principal se afasta dele sem brigas, compreendendo a dor de todos. Ele e o amigo ficam depressivos durante umas 20 páginas e depois o tempo passa e ele lembra dela com carinho.

FIM.

3. Conclusão

Depois de A Culpa é das Estrelas, fui ler o livro achando que o autor poderia criar personagens reais e completos. A história não é 100% horrível, mas é mal desenvolvida. Você fica o tempo todo esperando algo acontecer e, quando acontece, é rápido e para mim foi muito difícil de me importar com a personagem. Claro que é triste, de certa forma chocante para o leitor jovem-adulto descobrir que as pessoas morrem e as próximas delas também, em um segundo. Mas foi um pouco fraco. Com certeza em um roteiro de filme ficaria mais dinâmico e melhor de ser lido.

Descontos ficam porque é o primeiro livro do John Green, publicado em 2005. Ou seja: ele aprendeu e evoluiu bastante até A Culpa é das Estrelas.

Até fico curiosa para ver o que tem no meio do caminho. Mas o início não é bom.

Está nervoso comigo? Relaxa. Por quê!? Vou doar meu livro 'Quem é Você, Alasca?' para você! :) Como? É só clicar aqui e seguir as instruções na nossa fanpage.

 

 

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4 Comentários

Edson Chaves Souto 22 de Julho de 2015 às 06:11

Participando

Boa 28 de Junho de 2016 às 21:25

Gostei muito da resenha !! Achei ela bem interessante ! E gostaria de saber os seus 3pontos positivos e os 3negativos do livro (em si ) ...

Lucas 8 de Novembro de 2017 às 12:04

Boa resenha e entendi seu ponto de vista, mas tem algumas coisas que você falou que está fora do contexto, Como por exemplo citar que a Alasca nunca falava de morte. Muitos diálogos dela estavam relacionados com a morte, como o que ela fumava para morrer e falava que sua vida era infeliz e a depressão dela é uma coisa muito explícito e é impossível não perceber.

Maria Julia 23 de Outubro de 2018 às 20:41

Eu gostei da resenha, mas acho que voce deixou de fora o principal ponto e a principal reflexao da obra. Esse livro vai muito alem de uma busca pra saber se a Alasca se matou ou nao, ele retrata e fala sobre o valor e o sentido da sua vida, por exemplo, para Alasca o sentido da vida dela e o sofrimento o “labirinto de dor”, ja para coronel e a vinganca (referencia a Mobby Dick). Ou seja, o sentido da vida e pessoal e cada um tem o seu, cada um tem a sua resposta, e nao adianta ficar se perguntando se foi acidente ou suicidio, pois existem argumentos para sustentar as duas ideias, logo nao e a questao levantada por Green. A resposta que Miles achou para essa pergunta foram apenas mais perguntas, o Grande Talvez, e na minha opiniao esse e o principal ponto da narrativa, a sua busca pessoal pelo sentido da vida. “So sei que nada sei”- Socrates