A gente lê: A Queda, de Albert Camus
Não havia nada que desse mais prazer a Jean-Batiste Clamence do que ajudar os outros - tanto que ele fez sua carreira como advogado de defesa dos pobres. Bonito, rico e envolvente, ele era o maioral. Até o dia em que, caminhando sozinho numa noite à margem do Sena, ele vê uma pessoa perturbada olhando o rio. Pouco depois, nosso protagonista escuta o tchibum e, vendo que a área estava vazia de espectadores, não faz nada para resgatar o suicida.
Ele ajudava os outros para ajudar os outros ou para mostrar aos outros outros que ajudava os outros? A partir da revelação de sua hipocrisia, ele entra em decadência. Ou seja, a queda física da moça leva à queda moral de Jean-Batiste.
O romance A Queda, de Albert Camus, é um monólogo - portanto não espere ação! - em que um cara em crise profunda revela todos os seus podres. Quer dizer, todos os nossos podres, pois o personagem usa suas falhas de caráter para apontar a engrenagem toda a sociedade.
Publicada em 1956, a obra é um conto que cresceu demais. Sim, Camus a incluiria numa coletânea, mas, no fim, deu numa novela amargurada e irônica de 111 páginas que dá pra ler em um dia (mas talvez leve anos para ser digerida).
Ficou com vontade de ler? Cadastre-se no Shereland e inclua o livro na sua wishlist de leitura.
Livros relacionados
Posts relacionados
A gente lê: O Estrangeiro
11 frases e/ou citações de Albert Camus em A Queda