A gente lê: Durante Aquele Estranho Chá + conselhos dos escritores à Lygia Fagundes Telles
Durante Aquele Estranho Chá reúne 21 crônicas que Lygia Fagundes Telles escreveu ao longo da vida sobre, tcharam, literatura. Estão neste livro memórias sobre a descoberta do que a autora tanto gosta de chamar de vocação, seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras em 1987, mas o que achei de mais precioso foram os textos sobre seu convívio com outros escritores.
Sempre alguns passos lá na frente, Lygia era uma das únicas mulheres na Faculdade de Direito Largo de São Francisco e, talvez por esse atrevimento, teve a oportunidade de tomar um chá com Mário de Andrade e visitar Monteiro Lobato na prisão quando este foi pego pela ditadura de Vargas em 1941. Com a ascensão da carreira literária, participou de eventos com Jorge Luis Borges, Simone de Beauvoir e viajou com Clarice Lispector. Fora isso, era amiga de Hilda Hilst, Carlos Drummond de Andrade e Caio Fernando Abreu, mas, infelizmente, não tem texto sobre este.
Não para por aqui. O segundo marido de Lygia era ninguém menos que o crítico de cinema Paulo Emílio Sales Gomes e, assim, a escritora chegou a conviver com Glauber Rocha e a trupe do Cinema Novo.
Que vida, não é?
O que Lygia Fagundes Telles aprendeu com grandes estrelas literárias
Para incentivá-lo a largar tudo e ir atrás de Durante Aquele Estranho Chá, separei algumas citações de frases que grandes autores teriam dito para Lygia.
"Ouça, o que é mais importante para você, ser considerada mais bonita ou mais inteligente? Respondi sem pestanejar: Mais inteligente! Então ele riu o riso mais comprido daquela tarde, ah! como eu era bobinha! Livresca e bobinha! A beleza é tão importante, menina. Sei o que estou dizendo, eu que sou um canhão!"
conversa com Mário de Andrade
"todo aquele que faz o elogio da velhice, esse não pode mesmo amar a vida, não pode amar a vida."
Simone de Beauvoir
"Acreditar no sonho, entregar-se ao sonho porque só o sonho existe."
Jorge Luis Borges
"Desanuvie essa testa e compre um vestido branco!
Clarice Lispector
"O importante é não entregar os pontos, fincar o pé. Na noite escura, na negra noite dos velhos, os sons vão se amortecendo, vozes e imagens vão ficando distantes. A gente fica só. E porque está escuro, só aí é que damos com o vivíssimo olho da morte ora surgindo por detrás das moitas, por detrás de um muro, a nos espreitar... A gente então precisa acender o fogo e ficar assim vigilante, acordado."
Monteiro Lobato
Nas fotos a seguir, Lygia e Borges (à direita) e com Glauber Rocha.
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