A gente lê: O Compromisso + frases de Herta Müller
Estava passeando pelas estantes da biblioteca que eu frequento e avistei O Compromisso, de Herta Müller. Até então, só sabia sobre a escritora o que eu tinha pesquisado para fazer o post sobre os nobéis de Literatura: que ela foi premiada em 2009, é romena, mas deixou o país quando foi convidada para ser espiã do governo.
Acertei ao pegar o exemplar emprestado, porque achei tudo incrível! O enredo é mais ou menos assim: a personagem principal foi convocada para responder a uma acusação às 10 da manhã. Durante o trajeto de bonde, a mulher divaga sobre seu 'crime', seu relacionamento, sua família e outras coisas mais.O contexto da história é um país sob um regime totalitário disfarçado de comunista.
A linguagem de Herta Müller é rodeada e atenta a detalhes. Para entender melhor, dá uma olhada nessas frases que guardei:
"Em lugar de negro profundo o sono do dia é plano e amarelo. Dormimos inquietos, o sol incide em nossos travesseiros. Mas mesmo assim podemos abreviar o dia. Seremos observados cedo o bastante, o dia não foge. Sempre podemos ser criticados por alguma coisa, mesmo que durma quase até o meio dia."
"Muitas coisas pioram quando são faladas. Eu me habituei a me calar a tempo, e mesmo assim em geral é tarde demais, porque mais cedo ou mais tarde sempre quero dizer o que penso."
"Mas é impossível ser feliz na paz."
"A gente sai para dar uma caminhada e o mundo se abre. E antes que a gente tenha conseguido esticar bem as pernas, mais uma vez ele se fecha. Daqui até ali é só um liga-desliga de uma lanterna, e chamam isso de vida."
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