A gente lê: O Vendedor de Passados de José Eduardo Agualusa
Eu adorei O Vendedor de Passados, de José Eduardo Agualusa! Mesmo! E começo esse texto assim (cheia de exclamações e elogios) para incentivar você a ler ainda que eu não possa argumentar muito daqui para baixo. É porque o melhor da obra não pode ser contado.
Bom, o máximo que eu posso dizer é que o livro trata sobre Félix Ventura, um albino morador de Luanda. Para empatizar com a história dele, tem que pensar que, em alguns países africanos, é comum o abandono de bebês com essa característica. Foi o caso do protagonista de Agualusa, deixado recém-nascido na porta da casa de um livreiro (ou 'alfarrabista', para entrar no clima do português angolano). Félix cresce em um ambiente culto e se torna 'genealogista', o que, na definição dele, significa ser uma pessoa responsável por criar ascendências nobres para quem contrata seu serviço.
Essa construção de identidade como tema me remeteu muito a enredos de outros livros africanos que li, como Terra Sonâmbula, de Mia Couto, e até Desonra, do Coetzee. Enfim, isso é só um adendo para a vida e uma conclusão para o texto. Acreditem, tem muita coisa boa aqui, mas se eu falar, estraga.
Ah, o livro inspirou um filme brasileiro dirigido por Lula Buarque de Hollanda, como Lázaro Ramos e Alinne Moraes. Fiquei curiosa para assistir.
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