A gente lê: Por Favor, Cuide da Mamãe, da escritora sul-coreana Kyung-Sook Shin
Imagine a situação: seus pais idosos vêm do interior para visitar você e seus irmão na maior cidade do país. Na hora de tomar o metrô, seu pai entra e sua mãe fica para fora. Aí os dias passarão, mas vocês não conseguem encontrá-la.
É esse o dramático cenário inicial de Por Favor, Cuide da Mamãe, da sul-coreana Kyung-Sook Shin. A partir daí, diferentes membros da família vão narrar o ponto de vista deles no meio desse imbróglio. Memórias sobre aquela mãe tão generosa e ativa vão fazer os familiares perceber pela primeira vez que a mulher estava senil, muito doente e que talvez não tenha condições de sobreviver ao mundo lá fora.
O livro - um best-seller estrondoso na Coreia do Sul - fala sobre culpa e sobre como não conhecemos sequer as pessoas que vivem em nossa casa. Segundo a própria autora, foi pensado numa vez em que ela foi com a própria mãe para Seul e finalmente reparou como a mulher era solitária. "Antes de perdermos nossas mães, já havíamos nos esquecido delas", filosofou Kyung-Sook em entrevista ao jornal The Guardian,
Triste, né? Por isso, não indico a leitura se você acabou de enfrentar uma perda ou se está lidando com a doença de algum ente querido.
Ah, advirto ainda sobre o texto. Eu, que não estou acostumada a autores orientais, senti um pouco de estranhamento no início. Vi que alguns críticos deste lado de cá do mundo criticaram um pouco o tom passivo e meio retrógrado da personagem, mas, gente, ler autores estrangeiros é bom para entender outros modos de vida, certo?
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