A gente lê: Tia Julia e o Escrevinhador
Já tinha lido um estudo de Mario Vargas Llosa sobre Dom Quixote e um livro político de seu irmão, Álvaro, mas foi no começo deste ano que me prometi que partiria para a ficção do peruano. Que pena ter demorado tanto! Tia Julia e o Escrevinhador é uma delícia de obra.
Llosa demorou anos para escrever estas que parecem ser as memórias sobre o comecinho de sua vida como escritor.
Ele tinha 18 anos, trabalhava como jornalista em uma rádio e seu chefe decidiu "importar" um autor de radionovelas da Bolívia. Ao mesmo tempo em que observa de perto - com uma crescente dose de admiração - o trabalho de Pedro Camacho, outra novidade vinda do país vizinho vai tirar o sono de Llosa. Pois é, Tia Julia, uma "senhora" de mais de 30 anos recém-divorciada.
Esse enredo já seria suficientemente interessante, mas tem mais. Cada capítulo é intercalado com um episódio de uma radionovela escrita como se fosse por Pedro Camacho. E aí tem de tudo: incesto, automutilação, amor não correspondido... Genial, não é?
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