Qual biografia você começou, mas não chegou ao final do livro?
No post da última sexta-feira, falei de Vida, a autobiografia de Keith Richards que eu li e adorei. Mas quando fui pegar o exemplar na minha estante, acabei me deparando com outras biografias que não curti tanto, e, pior, uma outra que sequer cheguei até o fim.
Costumo me sentir culpada por abandonar um livro, mas, às vezes, não dá. Por isso, neste post vou falar sobre três biografias que comecei e parei. E lanço um desafio a vocês: qual é a biografia que você não suportou?
Importante dizer que não acho em nenhum dos casos que as obras mencionadas sejam ruins. Acho apenas que elas não combinaram comigo e com o que eu buscava na época.
Vamos lá:
Anita Garibaldi, de Paulo Markun - Peguei este livro emprestado quando tinha 14 anos. Eu acabara de ler Olga, de Fernando Morais, e estava na vibe de saber mais sobre mulheres revolucionárias. Acontece que não devo ter passado da terceira página de Anita Garibaldi.
Se não me engano, a história começa descrevendo crianças encontrando uma ossada enterrada. Mas eu lia e relia o primeiro parágrafo e simplesmente não conseguia entender do que o autor estava falando. Aliado a isso, minha prima, dona do exemplar, tinha me dito que também não tolerara o livro. Ou seja, parei.
Não sei se hoje, mais velha, seria diferente. Mas a verdade é que não tenho qualquer interesse de resgatá-lo.
Marighella, de Mário Magalhães - Sempre li sobre Carlos Marighella nos outros tantos livros sobre história política que curti, por isso esperei ansiosamente pelo lançamento de uma biografia só dele.
Acontece que mesmo tendo chegado à metade da obra de Mário Magalhães, continuo sem saber muito sobre o líder revolucionário. Uma coisa é inegável: o livro dá um panorama detalhado da política brasileira desde a década de 1940. Entretanto, acho que o Partido Comunista e seus personagens ganharam mais destaque que o próprio Marighella. Por que ele se envolveu com a política? Por que se tornou uma ameaça ao governo? Quando começa a esboçar a luta armada? Não tenho a mínima ideia.
Enfim é triste, mas demorei quatro meses para chegar à página 322 (exatamente quando acontece o golpe de Estado de 1964). Quando percebi a quantidade de livros que poderia ter lido nesse tempo, larguei. Até hoje me questiono o que farei com o meu exemplar. Às vezes penso em retomar da página onde parei, às vezes penso em doar. Alguém aí tem interesse? :)
Para Sempre Teu, Caio F., de Paula Dip - Esse foi a maior decepção da minha vida literária! Eu adoro o escritor gaúcho Caio Fernando Abreu e o livro foi escrito por uma de suas maiores amigas. Além disso, me foi emprestado por uma grande amiga, para que eu lesse enquanto viajava por aí.
O livro tem cartas, tem memórias, tem fotos... Mas a autora é muito chata! Na minha opinião, Paula usou a biografia como uma terapia para falar sobre si, esquecendo completamente que o interesse dos leitores era o Caio, não ela. Quando a autora passou um capítulo dizendo por que era chamada de Vera Gata, parei (mais ou menos na página 50) e fui ler outra coisa (a biografia de Heath Ledger). Uma pena, pois me restou saber mais sobre o Caio F. através de seus próprios textos - que já são bem autobiográficos.
E agora é a sua vez! Conte para gente aí nos comentários: qual é a biografia que você não terminou?
Livros relacionados
Anita Garibaldi - Uma Heroína Brasileira
Marighella - O Guerrilheiro Que Incendiou o Mundo
Para Sempre Teu, Caio F.
Rafael 17 de Março de 2014 às 14:54
Tenho dó de parar de ler um livro, mas tem horas que não dá mesmo.
Aprendi a fazer a "regra da metade". Se eu já passei da metade do livro, e está chato, então termino de ler. Senão, vou ler outra coisa.
A biografia que parei de ler foi "A bola de neve: Warren Buffett e o negócio da vida". Comprei porque estava com promoção e bem barato, além de admirar alguns pontos do Warren Buffet (como a questão de ser super rico, mas não sentir necessidade de torrar a fortuna).
Porém, não gostei da biografia. Achei meio monótona, e cheio de informação que não chegou a me interessar. Então, preferi largar, e ler outra coisa.