Mr. Darcy, de Orgulho e Preconceito, é o pai de Edward Cullen, Christian Grey e companhia?
Já contei que gostei bastante de Orgulho e Preconceito, de Jane Austen.
Tem muita coisa no livro que me colocou para pensar, e queria compartilhar com vocês. No entanto, como falar sobre o enredo é imprescindível para chegar às minhas conclusões, optei por fazer um post livre de spoilers (aquele publicado ontem ) e outro, este, para quem já leu a obra ou não se importa de saber como ela vai terminar.
Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três :p
Já que você continuou a ler...
Bom, eu realmente achava que, por nunca ter lido Jane Austen, nunca tinha tido contato com Jane Austen. Me enganei. Nenhum ser que já tenha assistido a Sessão da Tarde alguma vez na vida pode dizer que não conhece a autora.
Engatei o livro em uma segunda de manhã na ida para o trabalho e, depois das primeiras cinquenta páginas, mandei um recado para minha amiga dizendo não entender a glamourização em torno da inglesa.
Pois bem.
Na terça-feira de manhã, já tendo alcançado o auge da tensão entre Mr. Darcy e Lizzy Bennet, vim trombando nos outros pela rua, porque não conseguia parar de ler. Gente, parecia que era questão de vida ou morte saber o que ia acontecer com os personagens. Eu não torcia tanto pelo desenrolar de um romance desde, bem, desde Crepúsculo há muito tempo. E foi aí que, acho, entendi o mito Jane Austen. Suas tramas não seriam a base para a literatura contemporânea de mulherzinha? (Rodrigo S.M. teria escrito: 'Explosão')
Vamos pensar em Mr. Darcy: ele é ultra rico, bonito, mas um tanto turrão. Do outro lado temos Lizzy Bennet, uma menina não tão bonita quanto a irmã, não tão rica como as amigas, mas que compensa tudo com inteligência e destemor. A audácia dela bate de frente com o egocentrismo dele. Mas, depois de passarem por poucas e boas, um se descobre o complemento vital do outro e aí eles terminam felizes para sempre S2 S2 S2 S2
O esqueleto é esse. A partir dele, podemos trocar o nome de Mr. Darcy por Edward Cullen, Christian Grey, Mr. Big, até Bruce Wayne...
Dois séculos passaram, e nada mudou: a mocinha normal e esperta (que a leitora gostaria de ser) vai se apaixonar pelo mocinho lindo, rico e marrento (que a mocinha gostaria de ter). Muitas vezes eles ficarão juntos, porém, se o autor tender para o Romantismo, um dos protagonistas (ou os dois) morre.
E isso não é nenhuma crítica à Jane Austen, pois realmente acho que, quando escreveu seus romances lá no começo do século XIX, ela foi visionária. O estranho, para mim, é saber que continuam a repeti-los em 2014. Será que são os autores que têm preguiça de pensar na nova figura feminina e suas aspirações ou são as leitoras que pararam no tempo?
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Ju Disney 28 de Setembro de 2014 às 22:42
Leia "Razão e Sensibilidade " plzzzzzzzzz