A gente lê: Peixe Peludo
Meu amigo Daniel está resolvido a me apresentar às HQs e, dessa vez, me emprestou Peixe Peludo dos brasileiros Rafael Moralez e Rodrigo Bueno.
O texto da contracapa chega a falar em "literatura alcoólica". Mas acho que posso simplificar a história: um peixe-homem muito mal-humorado e nada politicamente correto vivendo num aquário-cidade chamado São Paulo. Enquanto anda sem rumo pelas ruas caóticas, ele pensa desenfreadamente sobre tudo o que não precisa pensar: Cid Moreira, ovos de codorna de botecos ou crianças se empanturrando de brigadeiro em buffets infantis.
De fluência pauleira, li em uma ida de metrô para o trabalho. E aí separei as sacadas de mestre que me fizeram entender por que o Daniel gosta tanto da HQ:
- "... E nem sei mais o que ela me disse, e eu respondi 'Nem sei então...', aí ela falou 'Então tá!!!', e eu respondi 'Então tá então'";
- "Quando você não tem nada a dizer, basta começar a dizer que as coisas são maravilhosas"
- "Só quando a coisa aperta que eu digo 'Ai, meu deus'"
- "Pra esse povinho tudo é arte. Fazer macarrão é arte, comprar fita isolante é arte, papel crepom então, nem se fala, é a arte máxima"
- "Quem cedo madruga tem muito mais tempo para fazer o mal. Ou para fazer as coisas com má vontade"
- "Sim, porque todo samba enredo que se preze... tem que ter Cleópatra e Amazônia"
- "Eu não perdoo o vegetarianismo, eles que venham pedir desculpas pra mim que vão ver o que é bom pra tosse"
- "Pensando que não posso mudar pra praia porque a areia me incomoda"
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