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A gente lê: A Vida, o Universo e Tudo Mais

vida-universo-tudo-mais.pngArthur Dent, um dos dois únicos humanos existentes no mundo depois da destruição da Terra, está há anos isolado num pântano. Então uma nave espacial estaciona e um alienígena chiquérrimo desce dela. O terráqueo acha que essa será a salvação, mas seu novo "amigo" simplesmente diz "Você é um idiota" e desaparece no espaço para sempre.

Pois é essa a primeira cena de A Vida, o Universo e Tudo Mais, o terceiro volume da série O Mochileiro das Galáxias, escrita por Douglas Adams. Como vocês sabem, estou achando a coleção inteira engraçadíssima e até a incluí na minha lista de 10 livros (e afins) que vão deixar você mais feliz.

No entanto, além de manter o humor, achei que essa edição foi a mais enredada até agora. Explico: O Guia do Mochileiro das Galáxias e O Restaurante do Fim do Universo eram formados por uma sucessão de episódios cômicos e improváveis, mas quase que desconexos entre si. Já A Vida, O Universo e Tudo Mais é composto por uma aventura geral: Arthur e companhia precisam impedir que os habitantes do planeta Krikkit destruam tudo. Claro que isso permeado com altas viagens pelo tempo e espaço. 

Algumas observações:

  • Se você é fã do ex-presidente Zaphod Beeblebrox, saiba que ele fica apagadinho nesse livro;
  • Se você é fã do robô deprê Marvin, ele também mal aparece neste volume;
  • Quando ler O Restaurante do Fim do Universo, atente-se ao personagem Slartibartfast (o velhinho que fez os fiordes da Noruega). Ele será importante aqui.
Bom, com mais um "episódio" encerrado, vou intercalar os dois últimos livros da série com outras leituras. Minha meta é ter fechado todos em junho.

Leia os posts anteriores sobre O Guia do Mochileiro das Galáxias  e O Restaurante do Fim do Universo .

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Saiba qual é a melhor posição para ficar enquanto lê

Já se empolgou lendo um livro e, no outro  dia, ficou se estralando todo com dor nas costas? Pois faz um tempo que eu vi uma matéria no site itodas  sobre a melhor posição para a leitura.

Segundo os fisioterapeutas, se você quer proteger sua coluna, precisa se sentar reto, apoiando as costas no encosto da cadeira e os pés no chão. O livro fica em uma mesa que permita que seus braços formem um ângulo de 90 graus com o tampo. Além disso, é necessário fazer pausas de 15 minutos a cada duas horas de leitura.

Arghhhhh... Traduzi tudo isso por uma posição mais ou menos como essa:

mulher_lendo.jpg

Ok, legal. Agora vamos falar a verdade? Alguém realmente tem o costume de ler assim? :)

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Cláu 7 de Maio de 2014 às 17:47

NÃÃÃO

Nos 20 anos da morte de Mario Quintana, confira uma "entrevista" especial com o poeta

quintana.jpg

Nesta segunda-feira (5/5), a morte do poeta Mario Quintana completou 20 anos. Daí que foi minha querida amiga Karina Sérgio Gomes quem me alertou para a efeméride. E daí que decidi utilizar um texto que a própria Karina - que sabe muito mais sobre o autor do que eu - havia publicado em seu blog Artefato.K  .

Essa gênia decidiu entrevistar o escritor em 2008. Só que, como vocês podem ter percebido, ele já estava morto fazia um tempo. E como Karina ainda não manja de mesa branca, ela simplesmente foi atrás das respostas às suas perguntas baseada nas declarações e poemas que Quintana deixou por aí.

Olha só o resultado:

artefato.k: O que lhe estimula a escrever?
Mario Quintana: Duas coisas ativam a minha poesia: a poluição sonora das cidades e o silêncio da cidade pequena.

a.k: O que é um livro bom?
MQ: Livro bom, mesmo, é aquele de que às vezes
Interrompemos a leitura para seguir – até onde?

a.k: Quem são bons leitores?
MQ: O leitor que mais admiro é aquele que não chegou até a presente linha. Neste momento já interrompeu a leitura e está continuando a viagem por conta própria.

mario_q.png

a.k: Eu sou daquelas que adora autógrafos e dedicatórias de amigos na primeira página. Qual foi o autógrafo dado, ou a dedicatória recebida, que o senhor mais gostou?
MQ: Uma menininha me perguntou: “O senhor pode me botar uma dedicação neste livro?”. Escrevi, então, “Para Helena Maria, com toda a minha dedicação”.

a.k: Clarice Lispector nunca relia suas obras depois de prontas, pois ela dizia que toda vez que relia queria mudar alguma coisinha. O senhor costuma reler o que escreve?
MQ: Nunca me releio… Tenho medo enorme de me influenciar.

a.k: Todo artista odeia jornalista metido a crítico. Como o senhor recebe as críticas feitas por esses?
MQ: Há críticos que, em vez de julgarem pelo
Que sou, julgam-me pelo que não sou.
É como quem olhasse um pessegueiro e
Dissesse: “Mas isso não é um trator?”

a.k: E se pudesse mandar um recado para esses maus críticos, ou aos que recusaram a sua indicação para a ABL, qual seria?
MQ: Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!

mario_quintana2.png

a.k: O senhor sabe o que o público em geral diz sobre a sua poesia?
MQ: “É bonito mas é triste” – frase que ainda se ouve da parte de senhoras que ainda leem.
Não sei o que tem belo (não o “bonito”) a ver com triste ou o alegre – conceitos aliás tão relativos…
A beleza – que está acima dessas outras coisas, embora possa incluí-las –, a beleza não comporta adjetivos.

a.k: O senhor costuma atender encomenda de poemas?
MQ: Ah, essa gente que me encomenda
Um poema
Como tema
Como eu vou saber, pobre arqueólogo do futuro,
O que inquietamente procuro
Em minhas escavações do ar?

a.k: Poderia pedir para o senhor escrever um poema agora?
MQ: Impossível fazer um poema
Neste momento.
Não, minha filha, eu não sou a música
– sou o instrumento.

a.k: E é fácil para esse instrumento compor uma melodia?
MQ: Se nunca nasceste de ti mesmo, dolorosamente,
na concepção de um poema… estás enganado:
para os poetas não existe parto sem dor.

a.k: Tem alguma dica para novos poetas?
MQ: Se alguém nota que estás escrevendo bem,
Toma cuidado: é o caso de desconfiares…
O crime perfeito não deixa vestígios.

a.k: Dizem por aí que o senhor é tímido. Concorda com isso?
MQ: Dizem que sou tímido. Nada disso! Sou é caladão, introspectivo. Não sei porque sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros?

mario_quintana3.png

a.k: Quem é, então, Mario Quintana?
MQ: Um desenho de criança…
Corrigido por um louco!

a.k: O senhor pode mandar um recadinho para uma amiga que adora o seu poema “Bilhete”?
MQ:
Não te irrites, por mais que te fizerem…
Estuda a frio o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil receio…

a.k: E para os paulistas que estão em casa nesse dia de frio e chuva?
MQ: Um dia de chuva é bom para comprar livros de poemas… quem perguntar por que, de nada lhe adianta comparar um livro de poemas.

Clique aqui e veja mais sobre o trabalho da grande Karina que bolou essa entrevista. 

Já a gente do Shereland, em agradecimento por essa contribuição valiosa, publicamos aqui o poema de Mario Quintana favorito de Karina S2

Emergência
Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tu que estás numa cela
abafada
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo
- para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado.

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Patricia Fernandes de Souza 6 de Maio de 2014 às 14:24

Muito bacana!!!
Ele é maravilhoso!!!

Rafael 7 de Maio de 2014 às 17:01

Super criativa essa entrevista.
Imagino que tenha dado um trabalhão, mas ficou bem legal :)

Luiz Bezerra de Oliveira 16 de Fevereiro de 2018 às 10:45

Bom dia,
Muito bom, excelente a entrevista. Este é o Mário Quintana que me cativou.
Luiz Bezerra

Livros grátis em português no seu celular

Hoje estava passeando por alguns aplicativos para celular, encontrei um interessante para ler livros no celular e resolvi compartilhar.

Ele se chama Livros grátis em português (um nome bem autoexplicativo), e ele se encontra aqui.

O visual é bem simples, mas não achei que é tão óbvio para encontrar novos livros.

  • Você pode baixá-los e colocar no seu celular (ele explica como fazer isso)

Ícone para livros grátis

  • Ou então você pode buscar num catálogo dele (em segundos você baixa um livro novo).

    Esse passo não achei tão intuitivo, mas você precisa apenas abrir um livro (por exemplo, o livro exemplo que já aparece ao baixar), e então clicar no ícone de cima à direita, que vai levar para os catálogos, e então basta escolher (em menos de 1 minutos já tinha os Maias disponível).

Para aqueles que não gostam muito, são livros de domínio público, e você pode ler sem o menor receio de estar com algo pirata.

shereland-livros-gratis.png

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O Primo Basílio

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A gente lê: Crônica de Uma Morte Anunciada

cronica-de-uma-morte.png

"No dia em que o matariam, Santiago Nasar levantou-se às 5h30 da manhã para esperar o navio em que chegava o bispo."

Pois é, a primeira frase do livro já conta qual será o acontecimento essencial da obra inteira: o assassinato de um homem. 

Mas a graça toda consiste na reconstituição dos fatos feita pelo amigo de Santiago, inconformado por que o crime não foi impedido. 

A cidade toda sabia que os gêmeos Vicário aguardavam o moço à porta de sua casa e, aliás, os próprios justiceiros estavam loucos para serem parados. Mas por que Santiago morreu ainda assim? Como em todas as obras de Gabo, ele responderá aos acontecimentos mais estranhos com uma só palavra: coincidência.

 Quase como um relato jornalístico ("quase" porque é feito na primeira pessoa), o narrador vai dizendo o que cada uma das testemunhas (e algumas nem tanto) do crime diz ter visto.

Talvez (eu disse talvez!) seja o meu livro favorito de García Márquez lido até agora (e olha que eu já tinha afirmado minha predileção por O Amor Nos Tempos do Cólera em outro post).

Vamos lá pessoal, o livro é bem fininho (156 páginas com uma fonte enorme). Dá para começar e terminar ainda nesta noite de sexta :)

Leia mais:

Biografia em HQ de Gabo está chegando ao Brasil 


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