Quando estava no primeiro ano da faculdade, lembro-me de um colega de sala relatar diversas vezes sua agonia ao tentar ler Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf, e não conseguir passar da primeira página do livro, tamanha a dificuldade da leitura.
Isso me deu uma grande curiosidade de ler a obra, ao mesmo tempo em que passei a ter um medo danado de Virginia Woolf.
Já no último ano do meu curso, entrei numa livraria e vi uma edição em promoção dos Contos Completos da escritora inglesa (o livro vermelhinho da foto ao lado). Achei então a oportunidade perfeita para ingressar nesse universo, já que as histórias curtas me acostumaram em doses homeopáticas às peculiaridades de Virginia. Aprendi a amá-la!
Ainda assim, adiei o máximo meu encontro com Mrs Dalloway, até que ele se tornou inevitável: ganhei uma edição linda de presente de aniversário S2
E aí, foi isso... Tudo o que posso dizer foi que passei da primeira página :) Não é que a autora seja difícil. Mas talvez ajude saber que Virginia não é uma contadora de histórias, mas, sim, de pensamentos. O que, para mim, é sublime. Meu lindo livrinho está todo marcado com adesivos, porque cada frase é uma pérola.
"Não dá para ter filhos em um mundo assim. Não dá para perpetuar o sofrimento, ou multiplicar a raça dessas criaturas lascivas, que não têm emoções duradouras, mas apenas caprichos e vaidades, que as arrastam ora para um lado, ora para outro"
Ao meu ver, o trecho acima, tirado do próprio livro, resume a autora: uma tradutora da volatilidade da consciência.
Bom, se forem se aventurar, indico essas belas edições de Mrs.Dalloway e Contos Completos da Cosac Naify. São de capa dura, a diagramação é linda, tem fotos e uma bibliografia maravilha. Mrs. Dalloway ainda tem uma análise do argentino Alan Pauls (mas que não gostei muito).
Ufa, que orgulho de ter concluído essas! O próximo passo é devorar o box da Editora Nova Fronteira que ganhei de uma amiga.
Deixe um comentário:
3 Comentários
Rafael 1 de Maio de 2014 às 13:25
Que legal. Turma da Mônica e Eu sou o Mensageiro :)
Dos outros, ainda não li nenhum. Preciso consertar isso...
Isa Vilas Boas 3 de Julho de 2015 às 22:24
Contribuição para as obras de desesperança: A Morte de Marat, de Jacques-Louis David
Gabriela 5 de Julho de 2015 às 16:54
Oi, Isa, obrigada pela sugestão! Ainda não conheço esse livro, mas vou procurar :) Abraço!