Shereland, o blog

Estão vendo a mulher da foto aí de cima? Ela é Sandy Barbarella, uma senhora do estado da Pensilvânia (EUA) que, há um ano e meio, vem comparecendo voluntariamente toda terça-feira no canil Western Pennsylvania Humane Society. Lá, ela puxa um banquinho e lê estórias infantis para os cachorros abandonados. Ownnnnn....

Sandy & Junior resolveu se tornar voluntária no abrigo depois que seu próprio cão de estimação, Angus, morreu. Ela queria retribuir o amor que o bichinho havia lhe dado a vida toda. Fofo, não? A história da mulher ficou famosa depois que um cara postou a foto de Sandy lendo para o pitbull Jade numa rede social chamada Reddit. 

Ouvir estórias é benéfico para os animais

Botando a fofura do 'causo' à parte, fiquei curiosa para saber se a contação de estórias realmente pode trazer algum benefício para os bichos, vejam só o que descobri:

• Ajuda na socialização de animais ariscos, tanto que há diversos abrigos nos Estados Unidos que procuram voluntários para ler em voz alta;
•  A cadência constante da voz humana lendo uma narrativa tem efeito calmante sobre os pets

O site Business Insider elencou nesta última semana dois benefícios que apenas seis minutos de leitura antes de dormir podem fazer pela sua saúde:

1. Combate à insônia

Quando coloca a imaginação para funcionar, você entra em um outro estágio de consciência, o que prepara o seu corpo para o sono.

2. Reduz o estresse em 68% 

Se perder numa história real ou fictícia relaxa o corpo e limpa a mente. Segundo estudo de 2009 da University of Sussex, é mais aliviante do que escutar música ou tomar chá.

Deixando bem claro: quando eu digo leitura, me refiro a ler um livro! Não vai achar que ficar zanzando superficialmente pelo Facebook conta aqui. De acordo com o mesmo artigo do Business Insider, você perde em média 15 segundos com algo que te chama atenção na internet, tempo insuficiente para fazer você se envolver de fato e esquecer os problemas.

Quando Memória de Minhas Putas Tristes foi publicado em 2005, já corria o boato de que a saúde mental de Gabriel García Márquez - então com 78 anos de idade - não estava lá essas coisas. Tanto é que os mais entendidos consideram esta uma obra menor na bibliografia do colombiano.

A trama é sobre um solteirão muy distinto que está prestes a completar noventa anos de idade e resolve passar a noite com uma adolescente virgem. Na hora H, o ancião acaba se apaixonando pela garota. Em suma, a obra fala sobre esperança, sobre o despertar a qualquer momento, com qualquer idade.

O livro é gostoso e simples - li em menos de 24 horas - e, apesar de não ser uma obra-prima, tem grandes frases, que, como sempre, separei para compartilhar com vocês:

"Também a moral é uma questão de tempo"

"Nessa época ouvi dizer que o primeiro sintoma da velhice é quando a gente começa a se parecer com o próprio pai."

"Maldição, pensei, como o rubor é desleal."

"Minha única explicação é que da mesma forma que os fatos reais são esquecidos, também alguns que nunca aconteceram podem estar na lembrança como se tivessem acontecido."

"Descobri, enfim, que o amor não é um estado de alma e sim um signo do zodíaco."

"a força invencível que impulsionou o mundo não foram os amores felizes e sim os contrariados."

"E me inquietou o fato de ela ser tão real a ponto de fazer aniversário."

Mal fechei o meu exemplar de Americanah - o primeiro romance que li de Chimamanda Ngozie Adichie -, e já comecei a procurar por Hibisco Roxo, o livro de estreia da escritora nigeriana, de 2003.

Desta vez, a protagonista da estória é Kambili, uma menina saindo da adolescência, que vive com os pais e o irmão em uma bela casa (não sei se é na capital). O pai é dono de uma fábrica de sucos e biscoitos, mas também é dono de um jornal libertário que bate de frente com o governo principalmente depois do país sofrer mais um golpe de Estado (para vocês terem uma ideia, as primeiras eleições democráticas na Nigéria aconteceu apenas em 2003!). O pai é um homem louvado pela comunidade e costuma  distribuir nairas a rodo para os mais precisados. Por outro lado, o homem (não me lembro de ter lido o nome do personagem) é católico fervoroso e acha que a família tem que seguir uma série de regras. Acho que essa contradição entre o bom homem público e o carrasco familiar é o grande cerne do enredo.

A trama começa quando o irmão de Kambili, Jaja, se rebela (e aí vamos descobrir que o hibisco roxo do título simboliza a busca pela liberdade). Dividido em três partes, o livro mostra o antes, o durante e o depois da revolta de Jaja.

O enredo é extremamente tenso, mas já percebi que os livros de Chimamanda vão além da estória. Uma das coisas mais legais de ler a autora é poder conhecer um pouco mais da Nigéria e de um povo que é muito pouco representado na literatura.

Vai encarar? Hibisco Roxo está sendo vendido por R$ 30,60 na Amazon.

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Prepare-se para se emocionar em 3, 2, 1...

Em Dubuque, uma cidade do estado norte-americano de Iowa, as férias de verão terminaram, e é claro que a garotada quis dar um tapa no visual antes de voltar às aulas.  Sabendo disso, o barbeiro Courtney Holmes passou o último sábado oferecendo cortes de cabelo na faixa a crianças que liam em voz alta enquanto ele fazia a transformação. S2

Além de cortar cabelos por quatro horas sem parar, Holmes ainda fez perguntas de interpretação de texto e parou para ajudar sempre que uma criança engasgava numa palavra.

O motivo? Estimular a leitura entre meninas e meninos de até nove anos de idade. Segundo organizadores da iniciativa, 74% das crianças que leem mal nessa faixa etária não vão chegar até o fim do colégio.

“Tem muita coisa rolando no mundo, mas só é preciso uma pessoa para mudar alguma coisa. Eu só estou tentando fazer a diferença”, disse o barbeiro para a revista People.

Courtney Holmes empolgou e pretende continuar promovendo a ação uma vez por mês.