No rodapé

Fatos aleatórios, resenhas despretensiosas, curiosidades gostosas, detalhes escondidos e histórias esquecidas sobre o mundo dos livros (e de seus autores)

Infográfico mostra a idade com que os escritores escreveram suas obras mais famosas

Você está perto dos 30? Xiiii, então é melhor se apressar... Segundo um infográfico creditado ao aplicativo Blinkbox Books (e que eu traduzi a seguir), a média de idade que alguns escritores da língua inglesa tinham quando escreveram suas obras-primas era de 29 anos e 8 meses. Eita!

Se você tem menos de 25, mãos a obra. Repare como os autores selecionados só sentaram para datilografar suas histórias depois dos vinte e tantos. A exceção é o muso Jack Kerouac - que começou a escrever logo que virou adulto (apesar de só ter conseguido publicar o primeiro livro aos 28).

O infográfico também permite reparar o que os escritores fizeram após a obra-prima. O incansável Stephen King chega a publicar vários livros por ano (quanto mais forte a coluninha vermelha da imagem, mais obras foram feitas naquela idade). Mas creio que o autor de O Iluminado é uma exceção (neste post falei sobre a prole descontrolada de King). Já o coitado do Fitzgerald, bom... sabemos o que lhe ocorreu. Após o estouro com O Grande Gatsby (um dos meus livros mais queridos, tem resenha), ele foi para esbórnia e bebia tanto que mal conseguia escrever. 

Mais sobre os escritores apresentados no infográfico (os critérios de escolha não foram explicitados):

Jack Kerouac - eu diria que foi o maior expoente da geração beat, um movimento da contracultura americana da década de 50.
Depois de levar muitos nãos, seu primeiro romance, Cidade Grande, Cidade Pequena, foi publicado em 1950. Apesar de gostar bastante do escritor, achei o romance de estreia bem cansativo. Sou muito mais sua grande obra, On The Road, livro escrito em poucas semanas, sem pausas, parágrafos e coisas do tipo. 

Douglas Adams -  o escritor e comediante inglês é um queridinho dos nerds pela série de cinco livros de ficção científica O Mochileiro das Galáxias. Particularmente, detestei cada uma dessas obras, mas, enfim...

F. S. Fitzgerald - ícone da geração perdida dos anos 1920 (junto com Hemingway, T. S. Eliot e todos aqueles personagens que aparecem no filme Meia Noite em Paris, de Woody Allen). O Grande Gatsby é um dos grandes clássicos mundiais porque conseguiu capturar o fim do Sonho Americano antes mesmo da quebra de 1929. Como eu disse, a vida do cara depois da fama não foi fácil e ele acabou tendo que escrever roteiros pra Hollywood para não morrer de fome.

Stella Gibbons - bom, não tenho a mínima ideia de quem seja essa escritora, mas olhei na Wikipédia e vi que ela era inglesa, viveu de 1902 a 1989 e sua mais famosa obra no Brasil foi Fazenda Maldita (tem lá no Estante Virtual).

Charles Dickens - escritor superclássico inglês do século XIX, autor de história famosérrimas no naipe de David Copperfield, Grandes Esperanças e Oliver Twist.

Stephen King - posso dizer que é o escritor vivo mais pop dos Estados Unidos? Ele é autor de várias obras que viraram filmes de terror (e que, por isso, jamais cheguei perto), como O Iluminado e Carrie, a Estranha.

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A (não) literatura feminina segundo Lygia Fagundes Telles e Rosa Montero

Lygia Fagundes Telles é uma escritora brasileira de 93 anos. Seu primeiro livro assumido é Ciranda de Pedras, de 1954. Desde então, publicou mais três romances, incontáveis contos e até roteiro de cinema. Estudou Direito no Largo São Francisco, educação física, praticava esgrima e, de acordo com depoimento do escritor Ricardo Ramos, era uma das únicas mulheres a fumar em público na década de 1940.

Rosa Montero é uma escritora espanhola de 65 anos. A primeira obra é de 1976, mas continua na ativa e acaba de lançar o ainda inédito no Brasil La Carne. É jornalista no tradicional El País e recebeu diversos prêmios por seu trabalho nessa área.

Por que estou comparando as duas? Porque ambas são autoras de peso e que já vi se declararem contra o termo 'literatura feminina'. Vejam o que elas falam sobre o assunto:

Lygia Fagundes Telles no programa Roda Viva em 1996

"Eu não faço distinção hoje de literatura feminina e literatura masculina. Eu não faço esse divisor de água. A divisão de águas está em relação à qualidade. Há escritores que escrevem bem e escritoras que escrevem bem. Escritores que escrevem mal e escritoras que escrevem mal."

Apesar disso, Lygia acredita que a opressão às mulheres acabou gerando uma particularidade no ponto de vista:

"A literatura escrita pela mulher tem certas características dentro da nossa condição mesmo, há um subjetivismo talvez maior. Eu vejo nesses diários de capas acetinadas com pombinhas, coraçõezinhos pintados, eu vejo o início desta literatura intimista, subjetiva. Seria a fonte primária das mulheres tentando se dizer, tentando se explicar, tentando desembrulhar. A mulher é mais embrulhada do que o homem, porque ela foi obrigada a ser mais embrulhada. Aqui no Brasil, a mulher calada, ela sai e vai para a cozinha fazer goiabada. Tanto é que eu chamo, sem ironia, mulher-goiabada. Mamãe quis ser cantora, tinha uma voz linda, mas o pai achava que aquilo não era uma condição de uma moça fina da alta sociedade, então ela casou-se, mas ela foi frustrada na sua primeira vocação e foi fazer doces de goiaba."

Clique aqui para ler mais sobre essa entrevista de Lygia Faguntes Telles

Rosa Montero no livro de ensaios A Louca da Casa

"Quando uma mulher escreve um romance protagonizado por uma mulher, todo mundo considera que está falando das mulheres; mas se um homem escreve um romance protagonizado por um homem, todo mundo considera que está falando do gênero humano."

A espanhola acredita que o fato de um escritor viver no campo e outro viver em uma cidade grande interfere muito mais no ponto de vista do que a questão de gênero, mas vê com bons olhos o aumento de livros escritos por mulheres invadindo o mercado:

"E já é hora de os leitores homens se identificarem com as protagonistas mulheres, da mesma maneira que durante os séculos nós nos identificamos com os protagonistas masculinos, que eram nossos únicos modelos literários; porque essa permeabilidade, essa flexibilidade do olhar nos tornará a todos mais sábios."

Você acha que devemos restringir mulheres que escrevem à categoria de 'literatura feminina'? Deixe sua opinião nos comentários. E se quiser se aprofundar no tema mulheres e literatura, recomendo fortemente a leitura do ensaio Um Teto Todo Seu, de Virginia Woolf.

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Mais 6 murais de Kobra ligados à literatura

Depois que o Shereland publicou o post sobre o lindíssimo mural que o brasileiro Eduardo Kobra realizou em Amsterdã para homenagear Anne Frank, a assessoria do artista entrou em contato conosco para mostrar outras obras de Kobra ligadas, de um jeito ou de outro, à literatura.

Sério: é uma mais incrível que a outra, dá uma olhada:

1. Mural Alfred Nobel, em Bora, na Suécia

OK, Alfred Nobel não era escritor: ele foi o químico que inventou a dinamite e o detonador. No entanto, quando percebeu que sua criação estava sendo usada para fins maléficos, resolveu usar seu dim-dim para premiar pessoas que contribuíam para o bem da humanidade. Surgia assim, entre outros, o Prêmio Nobel de Literatura, aquele evento que a gente ama odiar :)

A homenagem de Kobra foi criada em 2014 e tem 6 metros de altura por 10 de comprimento. 

2. Mural Bob Dylan - Os Tempos Estão Mudando, em Minneapolis, nos Estados Unidos

E falando em Nobel de Literatura... Antes mesmo do cantor ser laureado com o prêmio, em 2015, Kobra fez essa pintura gigantesca (50 metros de largura por 28 metros de altura) em um prédio localizado na esquina da Henneping com a S. 5th Street.

3. Mural Hamlet, em West Palm Beach,na Flórida, nos Estados Unidos

Ser ou não ser? No fim de 2015, a cena mais célebre da tragédia de Shakespeare virou essa obra de arte na fachada do teatro Dramaworks Theater. Particularmente, é meu favorito de todos.

4. Dante Alighieri, em Ravena, na Itália

No mês passado, Kobra representou Dante Alighieri na cidade onde o escritor morreu.

5. Chico e Ariano em São Paulo

Em 2014, foram feitos os retratos de Chico Buarque e Ariano Suassuna nas paredes da Fnac Pinheiros, na avenida Pedroso de Morais.

6. O Condicionado, em São Paulo

Uma homenagem à mudança na vida de Raimundo Arruda Sobrinho, um senhor que morou na rua por 30 anos e conseguiu publicar um livro de poemas após receber ajuda nas redes sociais. O mural está na Rua Harmonia, na Vila Madalena, e foi feito em 2015.

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As imagens de Bidu - Juntos, o novo lançamento do Graphic MSP

Na última quinta-feira (13/10), Sidney Guzman, o editor da Mauricio de Sousa Produções, divulgou as primeiras imagens do próximo número de Graphic MSP, Bidu - Juntos, de Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho. Se Bidu - Caminhos (publicado pelos mesmos autores em 2014) contava como Franjinha e seu cão se conheceram, nessa continuação, os dois enfrentarão alguns problemas de convivência. 

'O Franjinha vai usar sua mente analítica para ajudá-lo na missão de ter um cãozinho. O problema vai ser o Bidu aprender o que pode e o que não pode', escreveu Guzman em seu perfil no Facebook.

Esse será o 13º volume da coleção de releituras dos personagens mais queridos do Brasil em formato de graphic novel.

Vamos às imagens:

Todas as edições da coleção Graphic MSP

Quem está a fim de conferir as edições anteriores desse projeto pode seguir essa listinha:

Astronauta - Magnetar, por Danilo Beyruth e Cris Peter
Astronauta - Singularidade, por Danilo Beyruth e Cris Peter    
Turma da Mônica - Laços, por Lu Cafaggi e Vitor Cafaggi    
Turma da Mônica - Lições, por Lu Cafaggi e Vitor Cafaggi
Chico Bento - Pavor Espaciar, por Gustavo Duarte    
Piteco - Ingá, por Shiko    
Bidu - Caminhos, por Eduardo Damasceno e Luis Felipe Garrocho    
Penadinho - Vida, por Paulo Crumbim e Cristina Eiko    
Turma da Mata - Muralha, por Artur Fujita, Davi Calil e Roger Cruz    
Louco - Fuga, por Rogério Coelho    
Papa-Capim - Noite Branca, por Marcela Godoy e Renato Guedes
Mônica - Força, por Bianca Pinheiro

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Nobel de Literatura - Conheça os vencedores e curiosidades

Está curioso para saber dos vencedores do Prêmio Nobel de Literatura? Quer aproveitar e ver curiosidades também? Se sim, você veio para o lugar certo.

Veja todos os vencedores do Prêmio Nobel de Literatura

E abaixo, nós preparamos um infográfico com curiosidades, como proporção de mulheres x homens, idade dos vencedores e alguns que até recusaram o prêmio (vai entender, né?).

Diversas curiosidades do Prêmio Nobel de Literatura

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