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Dicas para você aproveitar a Festa do Livro da USP gastando o menos possível

Chegou o evento mais esperado do ano para mim: a Festa do Livro da USP, que vai rolar nos dias 9, 10 e 11 de dezembro, das 9h às 21, na Cidade Universitária (o local exato já mudou algumas vezes, melhor acompanhar as reviravoltas no site oficial).

Quem já foi sabe por que estou tão empolgada: as principais editoras do país disponibilizam parte de seu catálogo de livros com no mínimo 50% de desconto. Isso mesmo! Dificilmente você vai achar obras legais tão baratas - nem na Black Friday. Acontece que é por esse mesmo motivo que periga a gente extrapolar e sair da USP falido e cheio de coisa que nunca vai ser lida.

No ano passado, eu comprei dez livros - alguns eu acertei, outros fiz besteira. Desde então, vim me preparando para fazer escolhas mais conscientes desta vez. Ah, a maioria das dicas vale para qualquer promoção ou evento literário ;)

1. Liste desde já os livros que quer ler

Em qualquer promoção, a pior besteira que você pode cometer contra o seu bolso é o tal do "vou dar uma olhadinha pra ver o que tem de bom". Explico melhor: se você resolver xeretar cada exemplar de cada editora, vai sair comprando até um dicionário de aramaico de capa dura. Por isso, anote tudo o que realmente quer ler nos próximos meses. Também é bom verificar se, dessa wishlist, não tem obras que dá para pegar emprestadas dos amigos ou da biblioteca.

2. Procure a relação das obras que estarão à venda

Mais ou menos na semana do evento, as editoras participantes começam a soltar em seus sites um listão dos livros que vão estar disponíveis em seus estandes e os respectivos preços. Dessa forma, você consegue prever o que vai encontrar e quanto vai gastar.

3. Faça uma pesquisa prévia de preços na internet

Acreditem, mas eu vi títulos mais baratos nesses sites da vida do que na feirinha. É por isso que existem Buscapé e afins, pra gente não dar bobeira.

4. Chegando na USP, saiba onde estão localizadas as editoras que você vai visitar

Quanto mais você rodar, mais tentações vai sofrer. Então, quando chegar na feira, pegue o mapa que eles disponibilizam, localize onde estão os estandes das editoras-chaves e vai na fé.

5. Reserve apenas algumas horas, e não um dia pra ficar no evento

No ano passado, cheguei na Cidade Universitária com pouco mais de uma hora para o encerramento. Foi a melhor coisa que eu fiz, porque, tivesse mais cinco minutos de feira, certamente teria comprado mais.

6. Confira o preço das suas compras

Gente, a feirinha fica lotada de gente, com vendedores se virando para atender todo mundo ao mesmo tempo - às vezes fazendo contas a mão. Ambiente bem propício para erros de cálculo. Ano passado só fui perceber que tinha pagado a mais no estande da Record quando cheguei em casa :/

É isso! Espero que vocês aproveitem e gastem pouco!

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A gente lê: Ainda Estou Aqui, de Marcelo Rubens Paiva

Na década de 80, Marcelo Rubens Paiva explodiu com Feliz Ano Velho, obra em que contou sobre a noite de Réveillon quando mergulhou num lago, fraturou as vértebras e tornou-se parapégico. Trinta e três anos depois, o escritor volta a mexer com a própria história, desta vez com Ainda Estou Aqui. "Eu sentia que ainda não tinha contado tudo", explicou em evento na Livraria Cultura de São Paulo no fim de setembro. 

Além de ser um livro de memórias, o lançamento é sobre a memória e sua volatidade, como Marcelo define em um trecho de Ainda Estou Aqui:

"Memória lembra dunas de areia, grãos que se movem, transferem-se de uma parte a outra, ganham formas diferentes, levados pelo vento"

Parte do meu interesse pelo livro foi despertado porque ouvi falar que ele explicaria o mistério sobre Rubens Paiva, o pai do autor. O deputado cassado pela ditadura foi levado de casa pelos militares para prestar um depoimento em 1971 e nunca mais voltou. Marcelo citava o caso muito por cima em Feliz Ano Velho, e só agora fui entender que essa reticência não era uma escolha, pois até hoje o caso não está solucionado. E talvez nunca será, porque a maioria dos militares envolvidos na morte de Rubens Paiva já se foi, os que poderiam ter contado algo, calaram-se, e os documentos sumiram. Com isso, fica impossível saber por que justamente um senhor que aparentemente não tinha envolvimento direto com a luta armada foi torturado até o corpo não aguentar mais.

Ainda Estou Aqui traz as peças que Marcelo conseguiu reunir sobre o pai. Mas essa é só uma parte do livro. Dona Eunice Paiva, a mãe do escritor, também é uma personagem importante - talvez a principal. Depois da tragédia toda com o marido, ela, até então uma dona de casa mãe de cinco fihos, decidiu começar uma faculdade de direito e se tornou uma importante advogada. No entanto, nos anos 2000, justo quando quis se aposentar para aproveitar a vida, começou a evidenciar sintomas de Alzheimer. Viram por que a memória é tão importante na história?

Nem só sobre ditadura, nem só sobre enfermidades degenerativas. No fim, Ainda Estou Aqui é um livro único e com aquela linguagem coloquial que Marcelo é mestre em fazer.

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Blind Date With a Book: livraria quer que cliente compre livro sem conhecer capa e título

Uma livraria australiana tradicional, a Elizabeths Bookshops, cansou dessa besteira dos clientes ficarem se guiando pela capa do livro e radicalizou geral. Agora, em uma seção das lojas ou pelo site Blind Date With a Book (o que pode ser traduzido por "encontro às cegas com um livro"), os clientes se arriscam a comprar obras sem saber qual é a sua capa, o seu título e seu autor. Que tal?

Os exemplares são exibidos embrulhadinhos, apenas com algumas dicas escritas no papel. Assim, o comprador escolhe entre o "clássico, América dos anos 50, amor, esperança, desilusão, traição, tragédia e obra-prima", o "curto, sofisticado, apimentado e leitura de verão" ou o "despertar sexual, desejo, jornada, casamento, família e intimidade".

Há livros de tudo quanto é gênero, e o processo de escolha parece ser bem artesanal: são todos selecionados, descritos e embalados pelo pessoal da livraria. Em alguns casos, só existe um único exemplar à venda.

Curtiu?  Então você pode experimentar esse encontro às cegas, já que eles fazem entregas para o mundo todo (pode levar até dez dias úteis para a encomenda chega na sua casa). Qualquer item custa $ 14,95 mais o frete. De qualquer forma, o site do projeto vale a visita mesmo que seja pela brincadeiram de tentar adivinhar os títulos se valendo apenas da descrição.

No Brasil, temos um projeto do mesmo tipo chamado Tag Literária, já conhecem? Funciona como uma assinatura mensal de livros, mas o internauta nunca sabe qual é a obra que vai receber em casa.

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Presos romenos ganham 30 dias de pena a menos para cada obra publicada

Você quer trocar 30 dias da sua sentença por um livro? Pois na Romênia é assim! Cada obra que o preso - independentemente de seu crime - publica enquanto está na cadeia implica na redução de um mês de pena.

Só tem três regras importantes: a editora precisa ser reconhecida pelo Ministério da Educação, é necessário ter autorização da administração penitenciária e a obra precisa ser de cunho acadêmico ou científico (nada de algo no estilo 'minha vida daria um livro"). Ah, e como os presos não têm acesso a computador, tudo é escrito a mão.

No entanto, o benefício tem sido bem criticado mundo afora. É porque que tem muito criminoso - principalmente poderosos acusados de corrupção - que estão aproveitando para publicar um livro atrás do outro, sem qualquer preocupação com o conteúdo. O ex-jogador de futebol Gica Popescu, preso por lavagem de dinheiro, por exemplo, já escreveu quatro livros! Além disso, nada impede que os mais ricos usem ghost-writers.

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A gente lê + Frases de João Ubaldo Ribeiro em A Casa dos Budas Ditosos

No fim dos anos 90, ficou muito famosa uma coleção da editora Objetiva chamada Plenos Pecados, em que um autor era convidado para escrever uma obra sobre um dos pecados capitais. A João Ubaldo Ribeiro ficou a incumbência de criar sobre a luxúria, e daí surgiu A Casa dos Budas Ditosos.

Já na terceira idade e doente, uma mulher narra sua trajetória pra lá de devassa e, enquanto faz isso, acaba levantando reflexões sobre hábitos e tabus sociais. Cheia de aventuras sexuais bem picantes, a estória é a sua chance de ler algo no estilo Cinquenta Tons de Cinza, só que bem escrito :p 
 
Para deixar tudo mais apimentado, João Ubaldo ainda decidiu lançar uma grande dúvida na cabeça do leitor, pois, no prefácio, ele avisa que o livro não foi escrito por ele, mas por uma desconhecida que deixou um pacote com gravações em fita na portaria do prédio onde trabalhava. Aí nos resta a dúvida...

Leitura simples, rápida e divertida, juntei aqui as minhas frases favoritas para estimular você a ler:

"a verdade  dói, a verdade machuca, a verdade contunde, a verdade fere, a verdade maltrata, a verdade mata"

"não há bons tempos, só há tempos"

"O próprio machismo se voltou contra os machões, tornou o homem prisioneiro dele mesmo, obrigado a não chorar, não broxar, não afrouxar, não pedir penico."

"eu mesma nunca engoli nada dessa empulhação que confunde ininteligibilidade e chatice com profundidade"

"Mas existe uma realidade percebida, e o ser humano não pode tolerá-la e aí altera a percepção."

"cada um pensa que é o único em suas maluquices."

"Sem o momento, não existiriam nem a antecipação nem a lembrança, mas como os dois são melhores que o momento!"

"Nunca me deixei engambelar por essas baboseiras que nos impingem como fazendo parte da natureza humana."

Curtiu? Cadastre-se no Shereland e procure algum amigo que tenha A Casa dos Budas Ditosos para te emprestar ou acesse o livro na Amazon.

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