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Fatos aleatórios, resenhas despretensiosas, curiosidades gostosas, detalhes escondidos e histórias esquecidas sobre o mundo dos livros (e de seus autores)

14 frases de O Apanhador no Campo de Centeio

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Nesta semana, contei que li O Apanhador no Campo de Centeio, de J.D. Salinger, mais uma vez e que o o protagonista da obra é o melhor personagem da literatura na minha opinião.

Quer saber por quê? Conheça Holden Caulfield através de 14 citações:

Estava pensando para onde iam os patos quando o lago fica todo gelado, se alguém ia lá com um caminhão e os levava para um jardim zoológico ou coisa que o valha, ou se eles simplesmente iam embora.
Basta um sujeito ser bonitão, ou pensar que é o cara mais bacana do mundo, e está sempre pedindo aos outros que lhe façam um grande favor.
A maioria das pessoas ou não sabe sorrir ou tem um sorriso pavoroso.
No duro, alguma dessas garotas burras deixam a gente doido num salão. Se a gente vai dançar com uma garota esperta, ela passa o tempo todo se esforçando para guiar o par, ou então dança mal pra chuchu.
Não é sempre que consigo rezar quando tenho vontade. Em primeiro lugar, sou meio ateu. Gosto de Jesus e tudo, mas não dou muita bola para a maioria das outras coisas da Bíblia. Os Apóstolos, por exemplo. 
A vontade que tive foi de me matar: tive vontade de me atirar pela janela. Provavelmente teria teria pulado mesmo, se tivesse a certeza de que alguém ia me cobrir assim que eu me esborrachasse no chão. Não queria é que um bando de imbecis curiosos ficassem me olhando quando eu estivesse todo ensanguentado.
Antigamente eu achava a Sally muito inteligente, mas só de burro que eu sou. Só porque ela entendia de teatro, e peças e literatura e todo esse negócio. Quando as pessoas sabem um bocado sobre essas coisas, a gente leva um tempão para descobrir se são burras ou não.
O negócio é que é um bocado duro ser companheiro de quarto de um sujeito se as malas da gente são muito melhores que as dele.
Há coisas que deviam ficar do jeito que estão. A gente devia poder enfiá-las num daqueles mostruários enormes de vidro e deixá-las em paz.
Aí só mesmo de doido que eu sou, quando estávamos saindo dum apertão daqueles, eu disse a ela que estava apaixonado e tudo. Claro que era mentira, mas o caso é que eu estava sendo sincero na hora que falei.
De cada dez pessoas que choram de se acabar com alguma cretinice no cinema, nove são, no fundo, uns bons sacanas.
Choveu na porcaria do túmulo dele, e choveu na grama em cima da barriga dele. Chovia por todo lado. O pessoal todo que estava de visita saiu correndo para os carros. Foi isso que me deixou doido. Todo mundo podia correr para dentro dos carros, ligar o rádio e tudo e ir jantar em algum lugar bacana - todo mundo menos o Allie.
Não é tão mal assim quando tem sol, mas o sol só aparece quando cisma de aparecer.
É engraçado, basta a gente dizer alguma coisa que ninguém entende para que façam praticamente tudo que a gente quer.

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4 Comentários

José Ricardo 21 de Maio de 2015 às 17:01

Ainda não li o o livro só as frases estou gostando muito!!!

Juliana Nunes 9 de Abril de 2016 às 03:12

Essas são frases lindas, porém a que mais me marcou foi
"Bom mesmo é o livro que quando a gente acaba de ler fica querendo ser um grande amigo do autor, para se poder telefonar para ele toda vez que tiver vontade."
Se tornou um dos meus livros favoritos!

Gabriela 11 de Abril de 2016 às 12:07

Também adoro essa frase, Juliana!

Laura 20 de Abril de 2016 às 05:09

Muito bom! Meu livro favorito e meu personagem favorito, já li e reli muitas vezes.
Holden é maravilhoso ??

Opinião sobre 'Hopeless': um caso (não tão) perdido

por Juliana

um-caso-perdido.gif

Um Caso Perdido, de Colleen Hoover, sofre com a tradução impossível de um jogo de palavras e sentidos do título original, "Hopeless". Por isso é tão difícil não se referir ao livro como tal. Se você é fã de romances Young Adult, é uma parada obrigatória. Se não, entenda por que esse livro foge, com dificuldade, à regra.

Sky é uma adolescente que foi adotada e criada em casa, sem televisão, tecnologia ou frequentar a escola. Ela convida garotos a entrarem em seu quarto pulando a janela, mas nunca faz sexo com eles.

Ela vai para a escola pela primeira vez, em seu último ano, é rotulada como vagabunda e segue como "rebelde" da turma. Um dia encontra um rapaz lindo como um deus e (claro) fica atraída por ele. Ao decidir ir embora, é abordada pelo bonitão, que pareceu tão hipnotizado quanto ela. Holder pergunta então seu nome, completamente afoito, e diz tê-la confundido com outra pessoa.

Aí a história começa.

Em 200 páginas, temos encontros e desencontros dos dois, que estão misteriosa e completamente apaixonados um pelo outro, embora Holder tenha uma casca de durão, uma tatuagem que diz "Hopeless" (Caso perdido, título do livro), atitudes impulsivas e uma fama nada agradável. Sky faz a linha garota foradocomum, que se acha sem graça, mesmo assim é desejada por muitos, mas tem uma personalidade igualmente problemática.

Lembra algum livro? Um deles tem vampiros. Outro, algemas e contratos. Entre vários.

Este poderia ser mais um romancezinho para jovens adultos, no qual estamos diante de parágrafos graúdos sobre como alguém pode se apaixonar tanto assim por outra pessoal em tão pouco tempo, sendo tão sem graça, e "oh será que ele gosta de mim", "como ele é fofo e viril" e declarações do "trovador moderno".  E é, quase até o final.

Uma pessoa com algum desconfiômetro na vida chega a se questionar se é até mesmo SAUDÁVEL gostar de um rapaz que te perseguiu, descobriu tudo sobre sua vida e é tudo tão intenso e inesperado que tudo bem quando ele tem acessos de loucura e raiva. A boa notícia - e motivo que me fez ir até o fim - é que tudo isso FAZ sentido neste livro e transforma um pouquinho da experiência das páginas anteriores. 

A má é que, sinto muito moças, mas a autora constrói Holder de uma forma surreal. Ele solta frases desnecessariamente gigantescas e melosas - duas coisas que não combinam com a personalidade do personagem nem com relacionamentos de verdade (tendo a ter pés no chão quanto a coerência e senso de verdade dos personagens). Algumas, admito, parecem forçadas e sem sentido no começo, mas depois, quando você SABE, aí dá pra entender (um spoiler aqui e você não teria por que ler o livro, que é a surpresinha). 

Mesmo assim, fica muito difícil encarar parágrafos gigantescos que descrevem simplesmente momentos íntimos e a pura intensidade do sentimento de um pelo outro. Por. duzentas. Páginas. Claro, se você tem uma certa idade de ansiedade sexual e carência afetiva, será completamente preenchida sonhando com ele.

No meio de tanto blá blá blá, singulares páginas mostram sonhos de Sky e algumas dicas vão aparecendo dando um sinal de que o livro tem alguma história! Persistir para chegar nela tem um prêmio interessante.

Um leitor mais sagaz conseguirá desvendar pelo menos metade do mistério antes do fim do livro. Mas é algo tão louco (para o bem e para o mal), para uma trama que parecia só um romancezinho fofura, que chega a fazer você pensar que você precisava ter lido isso. 

Misturar uma trama verdadeiramente obscura com o arroz com feijão da fórmula de romances adolescentes é uma boa sacada, principalmente quando, geralmente nesses títulos, são as tramas obscuras as transformadas em água com açúcar. É um livro diferente que fãs de Young Adult devem conferir. Se não for fã e quiser se arriscar com pré-aviso, 'Hopeless' não é um caso tão perdido assim.

Obs.: ah, o livro tem "continuações", que contam a história na perspectiva de Dean Holder e outra que aborda um pouco a amiga, Six (já que ela foi esquecida quando conveniente). Talvez eu confira, por curiosidade, mas não consigo deixar de pensar no cheiro de "fanfic oficial" desses textos. Não tive também uma boa apresentação prévia: fontes me dizem que a autora conseguiu errar datas de acontecimentos da própria trama e elas não batem com a história original. 

Leia outras colaborações da juliana para o Shereland:
Sua Voz Dentro de Mim é o diário de uma maníaco-depressiva que ama o psiquiatra 
Extraordinário não é sobre bullying, é sobre a gentileza com o próximo 

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Mr. Darcy, de Orgulho e Preconceito, é o pai de Edward Cullen, Christian Grey e companhia?

jane-austen.gif

Já contei que gostei bastante de Orgulho e Preconceito, de Jane Austen.

Tem muita coisa no livro que me colocou para pensar, e queria compartilhar com vocês. No entanto, como falar sobre o enredo é imprescindível para chegar às minhas conclusões, optei por fazer um post livre de spoilers (aquele publicado ontem ) e outro, este, para quem já leu a obra ou não se importa de saber como ela vai terminar.

Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três :p

Já que você continuou a ler...

Bom, eu realmente achava que, por nunca ter lido Jane Austen, nunca tinha tido contato com Jane Austen. Me enganei. Nenhum ser que já tenha assistido a Sessão da Tarde alguma vez na vida pode dizer que não conhece a autora.

Engatei o livro em uma segunda de manhã na ida para o trabalho e, depois das primeiras cinquenta páginas, mandei um recado para minha amiga dizendo não entender a glamourização em torno da inglesa.

Pois bem. 

Na terça-feira de manhã, já tendo alcançado o auge da tensão entre Mr. Darcy e Lizzy Bennet, vim trombando nos outros pela rua, porque não conseguia parar de ler. Gente, parecia que era questão de vida ou morte saber o que ia acontecer com os personagens. Eu não torcia tanto pelo desenrolar de um romance desde, bem, desde Crepúsculo há muito tempo. E foi aí que, acho, entendi o mito Jane Austen. Suas tramas não seriam a base para a literatura contemporânea de mulherzinha? (Rodrigo S.M. teria escrito: 'Explosão')

Vamos pensar em Mr. Darcy: ele é ultra rico, bonito, mas um tanto turrão. Do outro lado temos Lizzy Bennet, uma menina não tão bonita quanto a irmã, não tão rica como as amigas, mas que compensa tudo com inteligência e destemor. A audácia dela bate de frente com o egocentrismo dele. Mas, depois de passarem por poucas e boas, um se descobre o complemento vital do outro e aí eles terminam felizes para sempre S2 S2 S2 S2

crepusculo.jpg

O esqueleto é esse. A partir dele, podemos trocar o nome de Mr. Darcy por Edward Cullen, Christian Grey, Mr. Big, até Bruce Wayne... 

Dois séculos passaram, e nada mudou: a mocinha normal e esperta (que a leitora gostaria de ser) vai se apaixonar pelo mocinho lindo, rico e marrento (que a mocinha gostaria de ter). Muitas vezes eles ficarão juntos, porém, se o autor tender para o Romantismo, um dos protagonistas (ou os dois) morre.

E isso não é nenhuma crítica à Jane Austen, pois realmente acho que, quando escreveu seus romances lá no começo do século XIX, ela foi visionária. O estranho, para mim, é saber que continuam a repeti-los em 2014. Será que são os autores que têm preguiça de pensar na nova figura feminina e suas aspirações ou são as leitoras que pararam no tempo?

Leia mais:
A gente lê: Orgulho e Preconceito 
A gente lê: Cinquenta Tons de Cinza 
As piores frases de Cinquenta Tons de Cinza 
Os 100 livros mais inspiradores de todos os tempos (segundo usuários do Facebook) 


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Ju Disney 28 de Setembro de 2014 às 22:42

Leia "Razão e Sensibilidade " plzzzzzzzzz

O Pequeno Príncipe inspira parque temático na França (suspiros...)

pequeno-principe.gif

O Pequeno Príncipe não é apenas a obra-prima de Antoine de Saint-Exupéry. É também o livro favorito das misses, filme, linha de acessórios da TokStok ( :p ) e, desde julho deste ano, um parque temático. Pois é, pessoal, foi inaugurado um recinto de 240.000 m² com 31 atrações nos arredores de Mulhouse, na Alsácia francesa (já pertinho da fronteira com a Alemanha).

Quem está com a passagem comprada para visitar a França, o parque está funcionando das 10h às 19h até 2 de novembro, mas será fechado entre 3 de novembro a 19 de dezembro. O ingresso custa € 22 para maiores de 12 anos e € 16 para crianças menores de 11 anos.

Mas se você, como eu, não vai conseguir entrar no mundo físico do Petit tão cedo, clique no álbum abaixo e veja as fotos lindas que eu escolhi para dividir com vocês :)


Álbum

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