Dicas de escrita, por Gregorio Duvivier
Toda semana, Gregorio Duvivier escreve uma crônica para a Folha de S. Paulo e mais três roteiros para o Porta dos Fundos. Isso sem contar os poemas e os textos encomendados que surgem por aí. Em uma conversa sobre crônicas que rolou na editora Companhia das Letras no início de maio, ele contou como consegue dar conta de tudo isso:
1. Quanto menos Facebook, mais produção.
Gregorio tirou os aplicativos de suas redes sociais do celular para evitar o que ele chama de "desperdício de emoções". "Você passa três horas lendo frases curtas que a pessoa nem pensou antes de postar", explica ele.
2. Não gaste ideias para ganhar curtidas
Sabe aquelas frases engraçadinhas ou sacadinhas que surgem no decorrer do dia? O escritor evita publicá-las nas redes. O melhor a fazer é guardá-las, desenvolvê-las e, quem sabe, elas não viram uma crônica...
3. Caderninho: seu melhor amigo
No bolso da calça, Gregorio anda com duas canetas presas a um caderninho preto. Este serve justamente para eternizar os insights mencionados no item anterior. Isso não é balela: durante as duas horas que o evento da Companhia das Letras durou, vi o escritor fazendo anotações e, uma semana depois, lá estava tudo o que havíamos abordado nesta crônica da Folha.
4. Não espere o texto perfeito de primeira
Gregorio disse que sua coluna no jornal - das terças-feiras - é fruto de duas etapas. No sábado, ele escreve tudo o que deseja e depois sai cortando o excesso até que o texto se encaixe na quantidade de caracteres exigida pela editora. Estando OK, a crônica é enviada, mas não concluída, pois geralmente o autor pede ajustes no decorrer do domingo.
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