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A gente lê: Contos Maravilhosos Infantis e Domésticos, dos Irmãos Grimm

Chega de idealizações, está na hora de conhecer as versões reais das narrativas que você ouvia quando era pequeno. Contos Maravilhosos Infantis e Domésticos traz na íntegra as 156 estórias compiladas pelos Irmãos Grimm entre 1812 e 1815. 

Ao contrário do que eu achava, Jacob e Wilhelm não são os autores dos contos de fadas. Eles viajaram por anos no interior do que ainda não era a Alemanha documentando as lendas, lições de moral e até ditados transmitidos oralmente de geração a geração. Ou seja, o que os Irmãos Grimm fizeram foi arrumar um jeito de não deixar as estórias morrerem. No entanto, estudiosos acreditam que é impossível que eles tenham transcrito os textos sem dar aquele tapinha final.

O resultado é surpreendente. Ao reler clássicos como Rapunzel, Branca de Neve e Cinderela, você terá a oportunidade de checar como as estórias evoluíram (e encaretaram) ao longo dos anos. Fora isso, tem também contos menos conhecidos, mas também bem divertidos, como A Moça Sem Mãos ou - para os fãs do seriado Once Upon A Time - Rumpelstilzchen. 

Tem um post só sobre o que há de mais aterrorizante e politicamente incorreto nos contos.

Mas, afinal, Contos Maravilhosos Infantis e Domésticos é para qual público? Acho que para todos. Como falei, é uma experiência divertida para os adultos, mas também acho uma coleção bem legal para ler para as criançada e manter a tradição. Claro, pulando as tramas que você achar inadequadas.

Para tornar tudo mais saboroso para nós leitores brasileiros, quem editou o livro foi a caprichosa Cosac Naify. São dois volumes lindos, super coloridos e ilustrados pelo gravurista pernambucano J. Borges. Tirei algumas fotos do meu exemplar para você ficar babando:

 

Sei que nem sempre os livros da Cosac são baratos, mas essa é também a editora que mais faz promoção que conheço (comprei os meus exemplares por R$ 49 numa promoção de fim de ano). Se preferir, cadastre-se no Shereland, adicione amigos e veja se alguém tem para emprestar ;)

Clique aqui para visualizar na Amazon.

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Turismo literário: os points de Kerouac e outros escritores beats em Nova York

Está bem, a famosa leitura de poemas na Six Gallery, que tornou o movimento beat conhecido nacionalmente em 1953, rolou em São Francisco. Nesta cidade também ficava a City Lights, editora que publicou a maioria dos escritores. No entanto, muito antes de tudo isso, era em Nova York que flanavam os primeiros e reais integrantes do grupo: Jack Kerouac, William S. Burroughs, Joan Vollmer, Gregory Corso, Herbert Huncke, Carl Solomon e Allen Ginsberg (lista foi fechada pelo próprio Ginsberg, não me venha com contestações).

Baseada na leitura de Kerouac- King of Beats, listo os nove pontos de encontro fundamentais dos ídolos:

Universidade Columbia

Localização: 116th St & Broadway - É possível fazer visitações


A geração beat só existe por causa dessa instituição de ensino. Allen Ginsberg e Lucien Carr se esbarravam nos corredores, e Jack Kerouac tinha bolsa em troca de integrar o time de futebol americano (por pouco tempo, porque abandonou os estudos e o esporte para ser escritor).

Mesmo quem não era matriculado, como William S. Burroughs, ficava rondando os arredores.

Não é o foco, mas vale dizer que também estudaram lá meu querido J.D. Salinger (de O Apanhador no Campo de Centeio) e o presidente Obama. 

West End Bar  

Localização: 113th St & Broadway

Situado pertinho da universidade, era onde os "columbianos" se encontravam para tomar umas e escrever mesmo depois de terem parado de estudar.

Infelizmente, se decidir visitar o lugar, não vai conseguir visualizá-lo tal como era nessa foto antiga, pois o bar virou um restaurante cubano em 2006. Hoje em dia, é uma cervejaria bacanuda chamada Bernheim & Schwartz Restaurant and Hall.
 

421 W. 118th Street 

No quarto andar deste apartamento, viviam as garotas beatniks de raíz Edie Parker e Joan Vollmer. Foi onde os três gênios, Kerouac, Ginsberg e Burroughs, realmente se conheceram e passaram altas madrugadas bebendo e conversando.

Mais tarde, Edie se tornaria a primeira esposa de Keroauc. Já Joan casou-se com o assumidamente homossexual Burroughs e, em 1951, levou um tiro acidental do marido bêbado.

Ozone Park, no Queens

Localização: 133-01, Cross Bay Boulevard

Em 1943, a família de Keroauc deixou a pequena Lowell, em Massachussets, para tentar a sorte no Queens. Foi nesta casa que o gênio viu o pai morrer de câncer. Tanto essa passagem dramática quanto reflexões sobre a transição da vida no interior para a na metrópole estão brilhantemente contadas em Cidade Pequena, Cidade Grande, o primeiro romance de Keroauc.

Riverside Park

Localização: altura de 115 th St e Riverside Drive

Neste parque, Lucien Carr assassinou o "amigo" David Kammerer. Para quem não conhece a história, vale refrescar: Kammerer era um cara mais velho e totalmente obcecado pelo galã Carr. Era um relacionamento estranho, porque, ao mesmo tempo em que Carr se sentia incomodado pelas investidas do pretendente, este não deixava de ser uma companhia e uma proteção.

Em uma noite de agosto de 1944, a dupla saiu do West End Bar, que citei nos itens acima, para andar nas margens gramadas do Riverside Park. Kammerer tentou ficar com Carr que, no susto, deu duas punhaladas no peito do amigo com um canivete.Para se livrar das provas, o garoto jogou Kammerer no Rio Hudson, mas o corpo ficou boiando, sendo facilmente encontrado depois. No dia seguinte, sem dormir, Carr ainda teria feito uma visita ao Moma (Museu de Arte Moderna, na 11 W 53rd St) com Keroauc antes de tudo ser descoberto pela polícia.

Se quiser saber mais sobre esse emocionante caso, leia E Os Hipopótamos Foram Cozidos em seus Tanques.

Times Square

Quem vê essa rua iluminada e abarrotada de turistas insanos nem desconfia que ali era ponto de encontro dos barra pesadas na década de 1940. Burroughs e Herbert Huncke chegaram a fazer assalto a mão armada na Times Square, dá pra crer? 

Ponte do Brooklyn

Os amigos gostavam de atravessar a ponte andando durante a noite. Segundo o biógrafo Barry Milles, foi ali que Kerouac e Ginsberg teriam tido um contato mais íntimo pela primeira vez (se é que você me entende).

Minton's Playhouse

Localização: 206 West 118th St Site: http://www.mintonsharlem.com/

Casa tradicionalíssima de jazz localizada no Harlem onde Keroauc fumou maconha pela primeira vez. O autor costumava dizer que sua maneira de escrever vinha da batida rápida desse estilo musical.

É a sua chance de tomar uma cerveja e ouvir música em um local que os beats de fato frequentaram, embora o estabelecimento já tenha sido fechado e remodelado diversas vezes.

E 9th Street and 3rd Avenue

Para finalizar, faça um passeio no East Village, onde esse vídeo silencioso de cinco minutos foi filmado em 1959. O restaurante onde Kerouac, Ginsberg, Carr (acompanhado da esposa e dos três filhos) e a fotógrafa Mary Frank (com os filhos) entram, o  Harmony Bar & Restaurant, não existe mais.

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Vai comprar um Kindle? Espere um pouco mais

Isso mesmo. Estamos sugerindo você esperar um pouco antes de comprar um novo Kindle. A razão é que a Amazon está dando uma turbinada no Kindle Paperwhite e Kindle Voyage. Os novos modelos estão previstos para chegar no Brasil em julho, pelo mesmo preço!

Tem diversas melhorias, mas vou citar as duas que mais chamam atenção.

Melhor resolução

Para os fanáticos por resolução, melhorou de 212 ppi para 300 ppi.

Nova fonte Bookerly

Chamando mais atenção, tem uma nova fonte. O intuito dela é facilitar a leitura.

Fonte Bookerly

Reparem que há maior aproximação dependendo das letras. A Amazon diz que pretende melhorar o espaçamento e hifenização para uma leitura mais rápida e fácil, com menos mudanças de páginas.

E ainda mais

Melhor iluminação, nova forma de mudar de página e mais outros tchans. Se quiser ver com detalhes, acompanhe na própria Amazon o lançamento do Kindle Paperwhite e Kindle Voyage.

Abaixo, fizemos uma tabela comparativa entre as versões do Paperwhite.

  Kindle Paperwhite Novo Kindle Paperwhite
Preço R$ 479,00 R$ 479,00
Tamanho da tela 6" 6"
Tela antirreflexo Sim Sim
Iluminação embutida Sim Sim
Mudança de página Tela sensível ao toque Tela sensível ao toque
Resolução 212 ppi 300 ppi
Conectividade

Wi-Fi
ou 3G grátis (por R$ 699,00)

Wi-Fi ou 
Wi-Fi + 3G Grátis
Peso Wi-Fi: 213 g
Wi-Fi + 3G Grátis: 214 g
Wi-Fi: 206 g
Wi-Fi + 3G Grátis: 215 g
Dimensões 169 mm x 117 mm x 9,1 mm 169 x 117 x 9.1 mm

 

"We love inventing for readers"
Jeff Bezos - CEO da Amazon.com

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A gente lê: Por Favor, Cuide da Mamãe, da escritora sul-coreana Kyung-Sook Shin

Imagine a situação: seus pais idosos vêm do interior para visitar você e seus irmão na maior cidade do país. Na hora de tomar o metrô, seu pai entra e sua mãe fica para fora. Aí os dias passarão, mas vocês não conseguem encontrá-la.

É esse o dramático cenário inicial de Por Favor, Cuide da Mamãe, da sul-coreana Kyung-Sook Shin. A partir daí, diferentes membros da família vão narrar o ponto de vista deles no meio desse imbróglio. Memórias sobre aquela mãe tão generosa e ativa vão fazer os familiares perceber pela primeira vez que a mulher estava senil, muito doente e que talvez não tenha condições de sobreviver ao mundo lá fora. 

O livro - um best-seller estrondoso na Coreia do Sul -  fala sobre culpa e sobre como não conhecemos sequer as pessoas que vivem em nossa casa. Segundo a própria autora, foi pensado numa vez em que ela foi com a própria mãe para Seul e finalmente reparou como a mulher era solitária. "Antes de perdermos nossas mães, já havíamos nos esquecido delas", filosofou Kyung-Sook em entrevista ao jornal The Guardian,

Triste, né? Por isso, não indico a leitura se você acabou de enfrentar uma perda ou se está lidando com a doença de algum ente querido.

Ah, advirto ainda sobre o texto. Eu, que não estou acostumada a autores orientais, senti um pouco de estranhamento no início. Vi que alguns críticos deste lado de cá do mundo criticaram um pouco o tom passivo e meio retrógrado da personagem, mas, gente, ler autores estrangeiros é bom para entender outros modos de vida, certo?

Eu peguei o livro emprestado da minha mãe, cadastre-se no Shereland, adicione os conhecidos e veja se alguém também não tem a obra para te emprestar.

Se preferir, clique aqui para visualizar Por Favor, Cuide da Mamãe na Amazon. Até a data em que este post foi publicado, está por R$ 8,90!

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Carta em que Mário de Andrade comenta homossexualidade agora é do público

Desde sempre, há boatos de que Mário de Andrade era gay. E aí que uma carta supostamente bombástica do escritor ao também genial Manuel Bandeira vinha sendo mantida lacrada na Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), no Rio de Janeiro. Pois bem, a partir deste quinta-feira (18/6), a Lei de Acesso à Informação tornou o documento público depois de um processo pedido pela revista Época.

No texto escrito em 7 de abril de 1928, Mário de Andrade falq sobre a pressão em assumir a "tão falada (pelos outros) homossexualidade", mas não confirma e nem desmente o fato. 

Confira alguns trechos:

Está claro que eu nunca falei a você sobre o que se fala de mim e não desminto. Mas em que podia ajuntar em grandeza ou milhoria pra nós ambos, pra você, ou pra mim, comentarmos e elucidar você sobre a minha tão falada (pelos outros) homossexualidade? Em nada. Valia de alguma coisa eu mostrar o muito de exagero nessas contínuas conversas sociais? Não adiantava nada pra você que não é indivíduo de intrigas sociais. Pra você me defender dos outros? Não adiantava nada pra mim porque em toda vida tem duas vidas, a social e a particular, na particular isso só interessa a mim e na social você não conseguia evitar a socialisão absolutamente desprezível duma verdade inicial. Quanto a mim pessoalmente, num caso tão decisivo pra minha vida particular como isso é, creio que você está seguro que um indivíduo estudioso e observador como eu há de tê-lo bem catalogado e especificado, há de ter tudo normalizado em si, si é que posso me servir de “normalizar” neste caso. (...)

 

Mas si agora toco nesse assunto em que me porto com absoluta e elegante discrição social, tão absoluta que sou incapaz de convidar um companheiro daqui a sair sozinho comigo na rua (veja como eu tenho a minha vida mais regulada que máquina de pressão) e si saio com alguém é porque esse alguém me convida, si toco no assunto é porque se poderia tirar dele um argumento pra explicar minhas amizades platônicas, só minhas. Ah, Manu, disso só eu mesmo posso falar, e me deixe ao menos pra você, com quem, apesar das delicadezas da nossa amizade, sou duma sinceridade absoluta, me deixe afirmar que não tenho nenhum sequestro não. Os sequestros num casos como este onde o físico que é burro e nunca se esconde entra em linha de conta como argumento decisivo, os sequestros são impossíveis."

Certa vez, Manuel Bandeira divulgou a carta, mas suprimiu ou censurou trechos que poderiam ter causado polêmica. Segundo a revista Época, existe uma vontade da família de Mário em abafar o assunto.

Mas - você deve estar pensando - o que muda a orientação sexual do escritor? Na sua vida, nada. Mas acho ser um importante viés para estudiosos e até mesmo leitores de Mário de Andrade, que podem passar a ler suas obras com maior grau de empatia.

A carta pode ser consultada por qualquer mortal, bastando enviar um pedido para o e-mail [email protected].

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