10 razões para ler Divergente (e por que a trilogia não é uma cópia de Jogos Vorazes)
Eu queria muito falar de Insurgente, de Veronica Roth, mas lembrei que nada dissemos aqui sobre o primeiro livro da trilogia.
Então vamos para o que eu achei de Divergente e motivos para você ler:
1- Parece Jogos Vorazes, mas não é
Eu ignorei Divergente por muito tempo achando que era só um genérico de Jogos Vorazes, por toda aquela questão do Tordo em chamas e a capa do livro da Veronica. OK. Me julguem, mas eu fui iluminada e percebi que a semelhança não era uma cópia. Era mais um sinal de que os fãs das duas sagas deveriam se unir, pois podem muito bem acabar se apaixonando por ambas. (Parem de brigar, fandom)
2. Distopia
Divergente está na onda de distopias para público YA (Young Adult, Jovem Adulto). Se você gosta do gênero, pode apostar na leitura, pois será, no mínimo, um jeito de te iniciar em livros do gênero.
O que é distopia? Se a utopia é um sonho, uma civilização ideal, perfeita, que só poderia existir mesmo no imaginário, então a distopia é o pesadelo, o caos, uma sociedade estragada que deu errado em algum ponto. O charme é que muitas características dessas histórias às vezes ficam bem próximas da nossa realidade.
Qual é o cenário de Divergente, então? Após uma guerra que destruiu tudo, a sociedade está dividida em grupos: Abnegação, Amizade, Audácia, Erudição, Franqueza e os Sem Facção, que não pertencem a nenhum deles. Esta é a forma da sociedade nova manter as coisas - e as pessoas - nos eixos, cada um no seu quadrado.
Para determinar quem pertence a cada facção, é realizado um teste nos jovens para descobrirem qual sua verdadeira aptidão para que possam então escolher entre deixar sua família para trás e seguir sua "natureza", ou permanecer em seu grupo. O teste sempre aponta uma das facções, exceto em casos excepcionais e muito temidos, que configuram os "divergentes". Essas pessoas teriam habilidades de mais de uma facção, o que os tornariam ameaças em potencial para o sistema. Beatrice, a personagem principal da trama, é uma dessas pessoas.
A partir daí, ela precisa esconder o segredo e já sabemos que só pode dar m-- confusão.
3- Personagem principal não é cheia das frescuras
A exemplo de Katniss, Beatrice não é uma menina fresca, mas é imperfeita e tem coração. Até porque ela pertence à Abnegação, uma facção religiosa, pacata e recatada, que acredita que olhar-se no espelho é um ato de vaidade condenável. Assim, temos uma heroína que não se acha a mais linda de todas, nem tem todos os garotos do mundo olhando para ela (mas o que ela tem hein, Meldels... coff) e em vez de se aquietar nesse cantinho ela decide mudar radicalmente para a Audácia, a facção dos malucos que pulam de trem e fazem coisas absurdas só pela adrenalina.
Assim, nossa protagonista é um pouco insegura, mas inconsequente, questionadora, forte e... adolescente. Medo de rejeição e questões típicas da idade trazem identificação com o leitor. Gosto de Tris porque ela é maluca. E às vezes burra. Às vezes inteligente. Às vezes tonta. Às vezes certeira. Enfim... um mar de sentimentos adolescentes, mas que se resolvem em tempo o suficiente para não irritar (muito) ninguém.
4- Quatro
Pois é. O galã dessa série é o primeiro que não me irrita completamente. Ele é um gato, gentil, atencioso, carinhoso, mas é um pouco frio e seco às vezes, o que o torna humano. Algumas vezes a autora peca um pouco em sua construção fazendo com que o personagem explique demais o que está sentindo ou por que fez certas coisas, mas definitivamente não chega a ser meloso, brega ou príncipe da Disney. Mas isso importa? Vou ilustrar aqui minha resposta:
Já entendeu?
5- O final é (muito) diferente do filme
É claro que tem mais detalhes. Gostei da adaptação para as telonas, mas não vou comentar de Cinema, porque não entendo o bastante para criticar. A única coisa é que se por algum motivo você gostou da ~ideia~ de Divergente, mas não da execução, durante o filme, dê uma chance ao livro.
Eu sei, pena que o livro não é ilustrado.
6- Ação, tiro, porrada, sangue, mortes...
E uma autora que não tem dó do coração frágil dos leitores, muito menos de seus personagens. Viu o que a senhora começou, dona JOANA Rolling?
Ah, pode apostar...
7- Minha família seria da Erudição, minha amiga da Amizade, meu irmão...
Uma das coisas mais divertidas que eu acho neses livros é ficar se imaginando em um desses mundos. O primeiro livro dá uma pincelada nas outras facções, mas já dá pra ter uma ideia. P.S.: Sou da Franqueza. Beijos.
8- Tem romance, mas não é só isso
Temos uma paixão ali no meio, um envolvimento que dá sim pra torcer por ele, mas as coisas não são tão centralizadas no relacionamento porque não há tempo para isso. Assim, DRs e mimimis de casal até estão ali, mas até a personagem reconhece que às vezes não é o momento e eles são resolvidos logo. As cenas de romance servem até como um respiro para os momentos tensos. Se você detesta shippar (como assim!!?), tudo bem. Tem história o suficiente acontecendo.
Okay? OK. CLARO. POR QUE NÃO!?
9- Os medos
O livro tem uma ideia legal de enfrentar seus medos. É uma forma de você refletir também "O que será que apareceria para mim em uma simulação!?". De forma indireta, tem algumas dicas de como controlar seus medos e é simplsemente muito legal descobrir quais são os dos outros. Passa uma mensagem de que todo mundo possui algum medo e que eles podem mudar ao longo do tempo.
10 - Gostinho de quero mais
É um livro pra devorar. Pegou, já era. Tem mistério o bastante e o cenário é interessante o suficiente para você querer entender onde é que tudo vai parar.
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