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A gente lê: Orgulho e Preconceito

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Sempre me mantive bem distante dos romances de Jane Austen, até que, de uma hora para outra, comecei a me deparar com eles o tempo todo. Não tive outra escolha, resolvi encarar Orgulho e Preconceito

Antes tarde do que nunca...

De primeira, um preconceito já foi rompido. Mesmo tendo sido publicado em 1811, o livro não tem linguagem rebuscada, o que pode estar associado à tradução que escolhi, embora eu tenha espiado no original e tido a mesma percepção. 

Já o outro estigma que tinha em relação a Jane Austen demorou algumas páginas, mas também foi quebrado. Garanto: não é só literatura para mulherzinha.

Ok. Um pouco é. Não imagino meu irmão torcendo horrores pelo romance de Elizabeth como eu. Mas o que acontece é que o livro vai além. Bom, vou justificar esse ponto pulando para o enredo.

Tudo começa com a Sra Bennet em polvorosa porque um jovem rico e solteiro acaba de alugar uma das fazendas da região. O propósito da vida dessa senhora é arrumar bons casamentos para as suas cinco filhas, e aí as primeiras páginas vão sendo preenchidas com o alvoroço das moças e um certo flerte entre a mais velha, Jane, e o vizinho. 

Um romance básico? Poderia ser, não fosse a personagem Elizabeth, a segunda dos Bennet, que surge para questionar e até desprezar aquela sociedade tão apegada a normas sufocantes.

Isso não significa que Lizzy Bennet era revolucionária. Calma lá, gente, Jane Austen também era um produto do seu tempo e ia até onde sua consciência de época permitia. Mas mesmo dois séculos avançada, eu ainda consegui pincelar uns conhecidos ali naquela trama. Incrível, não é mesmo?

Sobre o enredo, não quero avançar muito para não dar spoiler.  Digo isso porque, antes de pegar Orgulho e Preconceito, vi um comentário pela internet que me fez desvendar um dos grandes pontos do livro. Ainda tenho um comentário sobre a história, mas isso farei em outro post focada no pessoal que já conhece a obra.

Para finalizar, tenho que dizer que o título  é um dos mais bem escolhidos que já vi. Além de ter uma aliteração maravilhosa no original (Pride and Prejudice), resume com perfeição o tema do livro. Pois é, Orgulho e Preconceito fala sobre orgulho e preconceito. Simples assim. 

Leia mais:
Os 100 livros mais inspiradores de todos os tempos (segundo usuários do Facebook) 


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2 Comentários

Cláu 26 de Setembro de 2014 às 22:27

gostou, né? <3

Gabriela 27 de Setembro de 2014 às 00:58

Gostei!!!

O Pequeno Príncipe inspira parque temático na França (suspiros...)

pequeno-principe.gif

O Pequeno Príncipe não é apenas a obra-prima de Antoine de Saint-Exupéry. É também o livro favorito das misses, filme, linha de acessórios da TokStok ( :p ) e, desde julho deste ano, um parque temático. Pois é, pessoal, foi inaugurado um recinto de 240.000 m² com 31 atrações nos arredores de Mulhouse, na Alsácia francesa (já pertinho da fronteira com a Alemanha).

Quem está com a passagem comprada para visitar a França, o parque está funcionando das 10h às 19h até 2 de novembro, mas será fechado entre 3 de novembro a 19 de dezembro. O ingresso custa € 22 para maiores de 12 anos e € 16 para crianças menores de 11 anos.

Mas se você, como eu, não vai conseguir entrar no mundo físico do Petit tão cedo, clique no álbum abaixo e veja as fotos lindas que eu escolhi para dividir com vocês :)


Álbum

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A gente lê: A Startup Enxuta

E o livro da vez foi a Startup Enxuta (Lean Startup), comprado pelo meu Kindle. Em resumo:

Leitura obrigatório para todo empreendedor da atualidade

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Para quem acompanha empreendedorismo, estamos percebendo nos últimos anos muitas mudanças. Por exemplo, há 10 anos atrás, todo mundo ia dizer para elaborar o plano de negócios da sua empresa, e hoje em dia essa história é para o canvas (Business Model Generation).

O motivo dessa mudança é a possibilidade de mudar e adaptar a empresa, fugindo de um modelo mais rígido clássico. E o foco da startup enxuta é trabalhar nessa incerteza.

O livro não trata startup como empresa pequena, ou empresa nova, mas sim como um negócio incerto. Quando criamos coisas novas, será que elas realmente vão funcionar? Será que o público vai gostar? Ele mostra diversas sugestões para testar a ideia e ir melhorando com foco no que terá mais retorno, onde ele aborda a forma de ir aprendendo com o público, e então sempre melhorando de pouco em pouco seu produto.

E isso é aplicado também a empresas grandes, que queiram inovar em algum negócio que não conhecem. São diversos princípios que aprendemos, como processo de construir - medir - aprender, mínimo produto viável, testes A/B, entre muitos outros.

Para quem quer empreendeder, é um ótimo livro cheio de estudos de casos.

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A Startup Enxuta

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Conhecidos têm quatro vezes mais chances de gostar dos mesmos livros

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Precisa de uma dica de leitura? Consulte um amigo. Você tem quatro vezes mais chances de gostar da indicação de alguém do seu círculo do que se seguir a opinião de desconhecidos (tipo críticos, vendedores de livrarias ou até de blogueiros :p).

Quem disse isso? Aquela mesma pesquisa do Facebook que citamos na última segunda-feira.

Recapitulando: a rede social estimulou os usuários a postarem o nome de seus 10 livros favoritos. Depois de muita matemática, surgiu a relação das 100 obras mais inspiradoras de todos os tempos.

Voltando à afinidade literária entre colegas, o pessoal do Facebook fez a seguinte comparação: primeiro cruzou as listas de um internauta X e de alguém que este havia tagueado para responder ao desafio. Em média, havia 40% de títulos similares entre os dois. Já quando se analisava duas listas aleatórias de gente sem qualquer ligação, a média de livros coincidentes era de apenas 10%.

Se é assim, o que você está esperando? Crie seu perfil no Shereland e convide seus amigos para se cadastrarem também. Depois que todos tiverem adicionado suas publicações favoritas, vocês poderão espiar as estantes uns dos outros e pedir as obras emprestadas.

Saiba mais sobre o funcionamento do Shereland! 


Leia mais sobre indicações de livros:

Os 100 livros mais inspiradores de todos os tempos (segundo usuários do Facebook) 
5 sites de recomendação de livros 
Onde você costuma achar novos livros? 


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Readgeek: site faz recomendação de livros a partir de cálculos matemáticos

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A gente lê: O Evangelho Segundo Jesus Cristo

Aviso: vou subverter um pouco a citação abaixo, senão vocês não conseguem entendê-la fora do contexto. As frases em negrito são as falas do Anjo, o restante são as falas de Maria.

"Então Jesus é filho de mim e do Senhor, Mulher, que falta de educação, deves ter cuidado com as hierarquias, com as precedências, do Senhor e de mim é que deverias dizer, Do Senhor e de ti, Não, do Senhor e de ti"
evangelho-segundo-jesus-cristo.jpgÉ dessa maneira que Maria fica sabendo por um anjo que seu filho Jesus tem algo a mais do que os outros. Bom, pelo menos na versão de José Saramago, que resolveu dar um toque ácido (e bem mais divertido) da Bíblia em O Evangelho Segundo Jesus Cristo.


A obra começa quando um mendigo bem sombrio anuncia a José a gravidez de Maria. 
Durante um bom tempo, o enfoque do livro será no pobre casal sem qualquer sintonia, que será obrigado a fazer uma viagem de Nazaré a Belém a mando do governo romano. É ali que, em meio à felicidade do nascimento do primogênito, José cometerá um grande pecado mesmo sem saber: deixará de salvar outras crianças para livrar seu filho da morte. O fato vai atormentá-lo até o fim e, quando é crucificado inocentemente, entra em cena seu filho, um adolescente de 12 ou 13 anos.

Jesus herdará a culpa de José e, revoltado, sairá de casa. Ele começará a trabalhar como pastor, adivinhem para quem? Para o misterioso mendigo que havia visitado seus pais lá no começo da história. Até que um dia no deserto, o adolescente rebelde encontra Deus, que o prometerá fama e glória em troca de um grande sacrifício.

Vocês devem estar se perguntando se essa é uma história religiosa. Bom, eu diria que não, que é uma história sobre a religião. Entendem a diferença? Acho que Saramago - que, como sabemos, era ateu - quis pensar sobre o papel que deus cumpre no comportamento e moral das pessoas.

E aí já aviso logo que os mais convictos devem se ofender com as "heresias" do livro. Jesus, por exemplo, é cheio de defeitos, tem uma relação bem carnal com Maria Madalena e sentimentos conflitantes para com o Pai.

Falando nele, Deus aparece nesse evangelho como um ser "medonho" (usando um dos termos escolhidos pelo próprio autor). Em um dos trechos mais fenomenais da obra, ele explicará a Jesus o motivo pelo qual decidiu ter um filho humano: territorialidade. Pois é, minha gente, de acordo com Saramago, o Todo Poderoso simplesmente queria ser popular - mesmo que isso custasse milhares e milhares de vida. Aliás, até mesmo o Diabo tenta convencer Deus a desistir desse projeto todo.

Bom, como toda obra de Saramago, O Evangelho Segundo Jesus Cristo paira naquele nível além de qualquer adjetivo que eu venha a usar aqui. Mas..... confesso que foi o livro do autor que mais tive dificuldade de ler até hoje.

Primeiro porque eu não tenho muita atração por temas bíblicos, segundo porque não conheço tanto do evangelho original para poder fazer a comparação. Outra coisa, e essa é uma grande coincidência, é que até então, eu só havia lido o autor nas férias. Pode parecer besteira, mas, quem conhece o português (e quem não conhecer basta ler a citação que coloquei no início do texto) sabe que ele desprezava pontos, vírgulas e travessões... E aí que conseguir não me perder no bololô de palavras enquanto fazia as minhas muitas baldeações diárias foi uma missão não cumprida.

Já que comecei o post com um trecho genial, escolhi outro tão maravilhoso quanto para encerrá-lo. Nele, Jesus pergunta a Deus se ele realmente sabe de tudo. O Senhor então responde:

"Até um certo ponto, só até um certo ponto, Que ponto, O ponto em que começa a ser interessante fazer de conta que ignoro"


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O Caderno
Ensaio sobre a lucidez
O Evangelho Segundo Jesus Cristo
A jangada de pedra
A Viagem do Elefante

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