Vamos falar de coisa fofa? Sidney Gusman, editor da Mauricio de Sousa Produções, divulgou na última quarta-feira (20/7) no seu perfil no Facebook imagens do próximo número de Graphic MSP, uma coleção de releituras dos personagens mais queridos do Brasil em formato de graphic novel que já está indo para seu 12º volume.
Trata-se de Mônica - Força, cuja autoria ficou sob a responsabilidade da artista Bianca Pinheiro. "Do alto de seus sete anos, a Mônica enfrentará o maior desafio de sua vida. E não poderá ser na base da coelhada! Força vai mexer com as memórias e emoções da dentucinha e dos leitores", escreveu Guzman.
Agora vamos ao que interessa, a capa e alguns dos trechos divulgados pelo editor. Se ficar curioso, anote aí que o livro sai em agosto.
Todas as edições da coleção Graphic MSP
Quem está a fim de conferir as edições anteriores desse projeto pode seguir essa listinha:
Astronauta - Magnetar, por Danilo Beyruth e Cris Peter Astronauta - Singularidade, por Danilo Beyruth e Cris Peter Turma da Mônica - Laços, por Lu Cafaggi e Vitor Cafaggi Turma da Mônica - Lições, por Lu Cafaggi e Vitor Cafaggi Chico Bento - Pavor Espaciar, por Gustavo Duarte Piteco - Ingá, por Shiko Bidu - Caminhos, por Eduardo Damasceno e Luis Felipe Garrocho Penadinho - Vida, por Paulo Crumbim e Cristina Eiko Turma da Mata - Muralha, por Artur Fujita, Davi Calil e Roger Cruz Louco - Fuga, por Rogério Coelho Papa-Capim - Noite Branca, por Marcela Godoy e Renato Guedes
A Redoma de Vidro, o único romance de Sylvia Plath (além das poesias, claro), vai virar um filme dirigido por ninguém menos que Mary Jane a atriz Kirsten Dunst. Pois é, a estrela de filmes como Homem-Aranha e Melancolia já tem dois curtas-metragens no currículo e agora escolheu Dakota Fanning para ser a personagem principal de seu primeiro longa.
A previsão é a de que a segunda adaptação de A Redoma de Vidro (a primeira foi feita nos anos 70) comece a ser filmada nos primeiros meses de 2017.
OK, mas por que a adaptação de A Redoma de Vidro valeu um post no Shereland?
Porque esse livro é maravilhoso! (É muito possível que você já tenha ouvido alguém chamá-lo pelo nome original, The Bell Jar)
Nele, Sylvia Plath contou a história de Esther Greenwood, uma promissora garota de Boston que conseguiu o estágio dos sonhos numa revista de moda em Nova York. Só que, chegando lá, a garota não consegue se sentir encaixada. No fundo, a obra é uma bela e profunda descrição do surgimento da depressão. Aliás, vem daí o título: Esther diz que a tristeza faz com que ela se sinta como se estivesse vivendo com uma redoma de vidro abafando sua cabeça.
Conheço muita gente que ficou pesada com a leitura, mas o que acho que deixa o leitor mais impressionado é saber que a autora se baseou na própria vida para escrever. E, bem, o final de Sylvia - a pessoa, não a personagem - foi bem triste. Aos 30 anos, ela enfiou a cabeça dentro de um forno para se asfixiar com o gás.
Acho que só fui entender toda a comoção gerada pelo fim da Cosac Naify no meio deste ano, quando tive uma aula com a antiga produtora gráfica da editora Aline Valli.
Para começar do começo, preciso explicar que, basicamente, a geração do livro dentro de uma editora passa por duas etapas: a edição (que tem a ver com o conteúdo, ou seja, texto, tradução, revisão, etc) e a produção gráfica (ligada à forma, englobando escolha do papel, capa, fonte, diagramação, etc, etc). No geral, a fase da edição tem um peso maior, o que não acontecia na Cosac, onde a forma era tão bem cuidada quanto o conteúdo. O resultado eram aqueles livros lindos e praticamente artesanais.
No curso que fiz, descobri alguns segredinhos e curiosidades de produção dos livros que me deixaram embasbacada. Aposto que vão deixar você também:
Bartleby, o Escrivão, de Herman Melville
Talvez esse seja o livro mais conceitual da Cosac. O personagem principal é um cara postergador e indeciso. Por isso os produtores resolveram colocar um aviso de 'Acho melhor não comprar esse livro' bem na embalagem. A ousadia não parou aí. Para abrir o exemplar, era preciso puxar uma linha vermelha que costurava a capa da frente e a de trás (capa e quarta capa, como a Bonie me ensinou). A seguir, as páginas vinham grudadas, forçando o leitor a rasgá-las com régua, uma a uma. É melhor ver com os próprios olhos:
Depois que o livro foi publicado, começou-se a perceber que os exemplares mofavam, porque o contato da capa (que era feita de algo parecido com um tecido encorpado) com a folha de rosto provocava uma reação que gerava umidade. A solução foi, a partir daí, incluir uma folha plástica entre as duas para evitar esse encontro fatal.
Ficou curioso? Meus pêsames, porque não encontrei o livro de Melville para vender nem no site Estante Virtual.
Segunda edição dos livros de Samuel Beckett
A príncipio, a Cosac lançou Esperando Godot, Fim de Partida e Dias Felizes como parte integrante daquela coleção Prosa do Mundo. Depois eles reeditaram Godot e publicaram também os romances Murphy e Textos Para Nada com essa capa em preto e branco. Olhem bem e tentem matar a charada...
Se você inclinar a cabeça para a direita, dá para desvendar a palavra Beckett! (gente, eu tinha a edição de Esperando Godot e nunca tinha percebido).
Tem mais um detalhe, preparado? A bordinha das folhas são listradas, como vocês verão na próxima foto. Para conseguir esse efeito, a própria produtora fazia pilhas de livros e colocava durex de diferentes larguras antes de tingir apenas as bordas de preto, quando retirava o adesivo, tcharam.... Tudo isso feito a mão, claro.
Uma pilha nunca saía igual à outra.
Coleção portátil
E então decidiram fazer uma edição mais barata com as obras da Cosac. O desafio era conseguir livros bonitos e estilosos, mas com baixo custo. Como? Simples, primeiro precisavam economizar na capa. Eles pegaram um papel do tamanho de uma cartolina e fizeram aquele logo famoso da Cosac, só que em cores bem fortes.
Todas, eu disse todas capas dessa coleção são variações no recorte desse mesmo desenho! Para aproveitar bem cada 'cartolina', era preciso imprimir duas obras diferentes por vez, mas, para isso, elas tinham que ter a mesma quantidade de páginas. Como conseguir isso? Mudando a disposição do texto nas páginas internas.
À medida que novas edições eram impressas, mudavam a combinação de cores do logo. Ou seja, é possível que a minha edição de O Amante não tenha as mesmas cores do que a sua.
Para fazer um charminho, eles costuraram os cadernos com linhas coloridas, afinal, uma linha branca custa o mesmo que uma laranja.
Seção, de Marcius Galan
Esta obra de um artista plástico formada por três volumes foi embalada a vácuo, milimetricamente pensada para que as laterais formassem um desenho no logo.
Viu por que o fim da Cosac Naify foi algo tão doloroso? Para fechar a seção nostalgia, vou incluir o vídeo curisosíssimo de uma entrevista que Charles Cosac deu para a Revista Piauí durante o processo de encerramento das atividades da editora. Acho que, com ele, dá para entender um pouco quem é o idealizador dessa empresa tão peculiar.
Recomendo também que acesse os posts relacionados, onde mostro por dentro das edições do lindo Mary Poppins, dos Contos do Irmão Grimm e da Antologia da Literatura Fantástica.
Sem ideia para um post novo, hoje resolvi procurar imagens de bibliotecas particulares pela internet e listar as minhas favoritas. Guarde em seus favoritos, vai que um dia você ganha na Mega e tem a oportunidade de ter um cantinho de leitura para chamar de seu? ;)
Dentro e fora de biblioteca no que parece ser o terraço de casa na Costa Rica
Para ler admirando a vista (acho que a poltrona poderia ser mais confortável)
Cada degrau é uma prateleira nesse canto em Londres
Já pensou algo assim numa casa no campo (dentro e fora)?
Vocês sabiam que 13% dos presos das penitenciárias do Paraná participam de um projeto de redução de pena por meio da literatura?*
Funciona assim: o preso escolhe uma obra disponível (tem de Ziraldo a García Márquez) e entrega uma resenha sobre o livro, que será analisada por um professor de português. Caso tire mais de 6, o cara consegue reduzir quatro dias de sua pena (mas só pode enviar uma resenha por mês)!
O programa já existe desde 2012, mas eu só descobri agora e achei o máximo! Aliás, não é só no Paraná. Ainda não sei a lista completa de estados onde a proposta está rolando, mas vi que ela já se espalhou por algumas penitenciárias de São Paulo, Minas Gerais, Piauí e Goiás.
Se você é de Curitiba, pode doar livros para o programa na Rua Deputado Mário de Barros, 1.290, 4º andar, no Centro Cívico de Curitiba.
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