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Livros restantes da Cosac Naify serão picotados

Na última quinta, o papo de que os livros restantes no estoque da Cosac Naify até 31 de dezembro de 2016 serão picotados deu o que falar. A informação foi confirmada pelo diretor financeiro da editora ao site PublishNews 

Os motivos dessa decisão que parece tão drástica são financeiros. 'Não dá para ficar guardando esses livros que não têm giro. É muito caro', revelou Dione Carvalho.

A Amazon.Br tem o direito de vender os livros da Cosac, que havia encerrado suas atividades no fim do ano passado. Particularmente, eu tinha a impressão de que as obras da editora estavam saindo a rodo, já que, desde então, estão sempre figurando na lista dos mais vendidos do site. No entanto, o diretor financeiro disse, na mesma entrevista ao Publishnews, que a Amazon não comprou todo o estoque.

Sei que não sou ninguém na fila do pão, mas resolvi fazer uma listinha de sugestões de destinos para esses livros tão lindos que devem estar empatando o estoque da Cosac Naify:

1. Enviar para uma biblioteca ou uma prisão

Na entrevista ao Publishnews, Dione Carvalho deu uma justificativa sobre a inviabilidade da boa ação: 'tem um problema que muitas pessoas desconhecem. Doações geram um transtorno contábil na empresa. Se faço uma doação de um livro, tenho que reconhecer o custo disso. Se eu faço a doação de um volume considerável de livros, eu gero um resultado financeiro negativo absurdo, fora da curva'. Outras opiniões de gente de dentro do mercado editorial (como essa aqui e essa aqui) vão ao encontro do argumento de Carvalho e ainda acrescentam que a Cosac tem compromissos com as editoras que compraram os direitos pelos seus títulos (seria desleal distribuírem de graça o que uma empresa pagou caro para ter).

Consigo compreender tudo isso, mas, ainda assim, fico pensando: por que uma editora que raramente se preocupou com lucros agora fala em caixa negativo? Não dá para esquecer a burocracia, colocar tudo dentro de uns carros, botar na porta de uma biblioteca e sair correndo?

2. Montar uma barraquinha em alguma universidade e fazer um saldão

A ideia já foi descartada pelo diretor financeiro, mas me lembro das filas formadas no estande da editora na última Feirinha da USP e fica difícil acreditar que não vingaria.

3. Distribuir os livros na rua, nas estações do metrô, pelas janelas

Aposto que vai ser muito mais barato do que picotar. No entanto, já me disseram que distribuição é doação, ou seja, o problema do caixa persistiria.

4. Usar como papel de parede em lugares públicos

Já pensou ler um página de Moby Dick enquanto espera o metrô?

5. Me dar

Posso ir buscar tranquilamente... É só me ligar ;)

Para você que quiser comprar livros da Cosac Naify

Como eu disse, os livros estão sendo vendidos na Amazon por precinhos bem amigos e, desde o início do ano, têm promoções o tempo todo. Para você ter uma noção, em fevereiro, comprei o e-book de  Anna Kariênina por R$ 3,66! Em agosto, baixei David Copperfield e Moby Dick de graça em outra oferta. E as promoções não se restringem aos livros digitais.

Toda terça-feira, a partir do meio-dia, o site seleciona algumas obras para uma promoção sempre compensadora. Fiquem espertos e aproveitem enquanto ainda dá tempo!

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Dicas para se controlar nas promoções de livros da internet

Eu sou a doida da promoção de livros. O resultado? Fiquei com uma pilha de mais de quarenta exemplares não lidos encostados lá em casa...  Só aí aprendi que superofertas são superciladas: em meio à euforia, a gente compra mais, indiscriminadamente e, ainda por cima, coisas que a gente nem gosta tanto assim.

Para entender o comportamento dos grandes sites (sobretudo a Amazon.br), há quase um ano, fiz uma planilha e fui acompanhando as oscilações de preço de alguns títulos. Eis quatro dicas do que consegui entender até agora:

1. Os descontos anunciados raramente são imperdíveis

Todo livro tem um preço de capa calculado pela editora (geralmente, é o valor anunciado no site da própria). Não me pergunte como, mas os grandes sites de livros, tipo Amazon e Submarino (não incluo aqui sites de livrarias, que costumam ser mais caros), conseguem vender as mesmas obras por menos DURANTE O ANO TODO. Ou seja, o que você acha ser uma oportunidade única, na verdade, é a regra, não a exceção.

Vou explicar melhor usando o exemplo do lançamento Viva a Língua Brasileira, de Sérgio Rodrigues. No dia em que escrevi este post, a obra estava custando R$ 44,97 na Amazon.br, 10% menos do que o preço de capa.

O comprador ansioso vai pensar: "meu deus, essa é minha chance de economizar R$ 4,93!". No entanto, se ele parar para olhar o histórico de preços*, verá que, comparando-se as últimas semanas, o livro está sendo vendido por um valor bem mais alto do que estava no começo do mês (em 12/9, chegou a custar 25,09!):

*Creio que o site www.zoom.com.br é o melhor para se fazer comparações, pois pode mostrar o histórico de preços de um período de até seis meses!

2. Essa não vai ser a última das promoções

Nesse último ano acompanhando os sites, percebi que são realizadas diversas promoções durante o ano todo - muito além da Black Friday - e que, pelo menos nesse âmbito da sua vida, você vai ter uma segunda, terceira, quarta chance. Fique calmo.

3. Você não é o ecleticão

Não é porque a obra está barata, que ela se tornou boa. É muito comum que, diante de um desconto, a gente acabe sendo induzido a comprar algo que não compraria em uma situação normal. Para contornar isso, antes de acessar o site em promoção, mantenho uma lista dos livros que quero ler e só busco por eles. O maior perigo é olhar a relação de todas as ofertas: a tentação de sair adicionando tudo no carrinhos é muito grande.

4. Não custa comparar os preços

É só ler a palavra PROMOÇÃO, que a gente fica bobo e esquece que o Buscapé está a pouquíssimos cliques de distância. Respire e faça uma comparação rapidinho, gente. Dá tempo!

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Frase de Karen Blixen sobre o encanto de escrever uma história

Entre 1912 e 1932, a escritora Karen Blixen (ou Isak Dinesen, se preferir o pseudônimo) deixou seu país, a Dinamarca, para administrar uma fazenda de café no Quênia com o marido. Só que o homem era um mulherengo e, logo, eles se separaram. Resultado: Blixen cuidou de tudo aquilo sozinha, além de ter se tornado a curandeira, defensora e porta-voz dos nativos. Sério, a mulher era um fenômeno!

Anos mais tarde, quando já havia voltado definitivamente para o Velho Mundo, ela publicou um livro, A Fazenda Africana, no qual contava suas experiências, descobertas e reflexões sobre a diferença comportamental/cultural entre europeus e africanos. 

Espero que você leia a obra completa, mas separei um trecho emocionante em que a autora relata o deslumbre de um dos seus funcionários ao descobrir o poder da escrita. Esse homem, Jogona, estava envolvido em um julgamento, e Blixen tomou nota do testemunho. Ele ficou tão maravilhado com o fato de que sua história fora capturada numa folha de papel, que a guardou pro resto da vida dentro de um saquinho, com o qual passou a andar. Vez ou outra, ele pedia que a escritora lesse de novo o conteúdo dessa folha, olha que lindo:

"E a cada vez que eu lia, seu rosto assumia a mesma expressão de um profundo triunfo religioso, e depois ele alisava meticulosamente o papel antes de dobrá-lo e devolvê-lo ao saquinho. Em vez de diminuir, a importância do relato só aumentava com o tempo, como se o mais incrível para Jogona fosse o fato de ele nunca se alterar. O passado, que tanto lhe custara para recuperar, e que antes provavelmente lhe parecia mudar toda vez que nele pensava, agora havia sido capturado, conquistado e ficado para sempre diante de seus olhos. Ele havia se tornado história: agora não sofria mais variações, nem era obscurecido pela sombra das mudanças."

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Frases de Nelson Rodrigues em O Casamento

Publicado em 1966, O Casamento foi o único romance assinado por Nelson Rodrigues (nos outros, ele usou pseudônimos). Conta a história do rico Sabino que, pouco antes do casamento da filha preferida, é avisado que seu futuro genro foi visto beijando outro homem. Sabino entra em parafuso: a cerimônia custou uma fortuna, colunistas da Manchete vão aparecer, como cancelar tudo?

No entanto, o conflito é apenas o pano de fundo para uma série de podridões que vão saindo daquela família. Sim, minha gente, é Nelson Rodrigues, então você pode prever um tanto de polêmica, depravação, pornografia, enfim. Vi relatos de leitores que não conseguiram chegar até o final, já eu achei o livro genial.

Separei as frases e trechos do livro que mais me chamaram atenção:

"Todo canalha é magro!"

"É mil vezes melhor uma filha puta do que um filho puto!"

"qualquer um pode ser obsceno, menos o ginecologista."

"ele começa a pensar que toda coincidência é inteligente, que não há coincidência burra."

"pode-se resistir à catástrofe com pequenos atos, atos infinitamente modestos."

"Mas sabe quando é que eu me sinto mais próximo de Deus e Deus mais perto de mim? É quando eu esvazio a bexiga, ou os intestinos."

"O amor normal é triste e doente. Doente, não. Mas é triste, o amor normal é triste."

"A agonia tem cheiro de excremento."

"o sentimento de culpa nos salva."

"O que não se diz apodrece em nós."

"em cada família, há trevas que convém não provocar."

"Diria que todos nós devemos assumir a nossa miserabilidade. Entende? O homem e a mulher devem juntas as próprias chagas."

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11 maneiras de organizar seus livros

Se eu arrumasse o resto do meu quarto com o mesmo afinco com que arrumo minhas estantes, minha mãe ficaria muito feliz. Já usei vários critérios para organizar meus livros e, hoje, dei uma navegada para conhecer outras ideias bem, digamos, criativas.

Por ordem alfabética

Pode ser pelo título do livro, mas o mais comum é organizar pelo sobrenome do autor. Está bem, sei que não é nada original (todas as bibliotecas fazem isso), mas é a mais prática. 

Por categoria

Ou seja, aglutinados de livros clássicos, fantasia, biografias, etc. Confesso que já tentei essa tática e não deu muito certo, porque alguns exemplares me deixavam confusa. Por exemplo: Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva, é uma biografia, um clássico ou um best-seller? E o ensaio Um Teto Todo Seu, de Virginia Woolf, deve ficar separado da ficção Mrs. Dalloway?

Por cor

Olha, pode ser que fique meio sem sentido (pense que cada volume do Harry Potter vai ficar num canto), mas, certamente, sua estante vai ficar bonita. 

Pela editora ou pelo selo

Pelo menos os logos das editoras vão ficar todos juntinhos. Deve ser fofinho enfileirar um monte de pinguinzinhos da Penguin :)

Pela emoção que o livro te passou

Ou seja, separe pilhas dos 'livros que te fizeram chorar', 'livros que te fizeram rir', 'livros que fizeram seu coração dar pulinhos'. É abstrato, eu sei, mas é divertido.

Pela ordem de preferência

Pois é, comece pelo seu livro favorito e vá até os mais odiados (e aí é uma bela oportunidade para considerar se vale a pena guardar aqueles que você não gosotu).

Poesia na lombada

Aqui você forma frases juntando vários títulos de livros. Imagine empilhar: A Menina Que Roubava Livros, Maus e Do Amor e Outros Demônios? 'A menina que roubava livros maus do amor e outros demônios', ãhn? Não tem nenhuma outra maneira tão literária de ajeitar sua estante! O site 'Listas Literárias' elegeu as dez poesias de lombada mais bacanas, vem ver

Com as lombadas dos títulos que você ainda não leu escondidas

Dessa forma, você vai escolher o próximo livro que vai ler no mais puro clima de mistério.

Pelo tamanho

Outra opção não muito prática, mas que vai deixar o visual interessante.

Pela 'legibilidade'

Os livros que você menos lê ficam nas prateleiras mais altas, os que você consulta sempre ficam nas mais baixas.

Pela ordem cronológica em que a obra foi lida

O mais legal dessa opção é que você consegue ter um panorama visual da sua evolução como leitor. No entanto, a organização só será possível para quem (tipo eu) anota a data em que leu cada livro em algum lugar.

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Ronilce Sebastiana Gonçalves de Sá 30 de Setembro de 2017 às 12:59

Olá!

Estou defendendo o meu TCC de pós, com a adoção do modelo de lombada europeu (titulo de baixo para cima), nas prateleiras da bibliotecas públicas.

Ronilce