Shereland, o blog

Escolhemos os três personagens mais traíras da literatura. Concorda?

No último domingo (20/7), comemoramos o Dia do Amigo com um álbum fofo das 10 maiores duplas (ou trios) de amigos encontrados nos livros.

Acontece que, enquanto fazia aquela lista, alguns personagens com uma noção bem controversa de amizade acabaram vindo à minha cabeça. Não resisti e faço agora um pódio dos amigos mais traidores da literatura.

Vejam se concordam e não esqueçam de comentar no final para quem vai seu voto ;)

hermes.jpg

Terceiro lugar - XXXX (isso é um spoiler, não prossiga se não quiser saber), da série Percy Jackson (Rick Rordan)

Percy Jackson acaba de descobrir que é um semideus (no caso, o "cruzamento" de uma mulher comum com Poseidon), é levado a um acampamento de garotos como ele e, quem o espera de braços abertos? Luke, o filho de Hermes.

E aí o novo "amigo" o enturma, o ensina a lutar, enquanto, pelas costas, o envia para um embate contra o temível Hades. Amigão, não?

O Rafael, aqui do Shereland, argumentou que Luke .... mais spoiler ainda... se redime no final. Mas eu coloquei o moço nesta lista mesmo assim porque o papo revolts de ter sido abandonado pelo pai não justifica ele ter passado cinco livros tentando acabar com a humanidade.

Segundo lugar - Glória, de A Hora da Estrela (Clarice Lispector)

estrela-cadente.jpg

Quem leu o livro para o vestibular se lembra de Glória a amigona que simplesmente toma o namorado da nossa estrela Macabéa. Está bem, pessoal, sei que de damas fura-olha o mundo está cheio.

Acontece que Glória faz maldade para a personagem mais pura e indefesa da literatura brasileira! Como se não bastasse, ainda dá a facada final. Um dia depois de levar o fora de Olímpico, Maca (sim, porque sou íntima) resolve passar um batom. Ao ver a moça maquiada, Glória gargalha e diz a frase que partiu meu coração para sempre: "Ser feia dói?"

Maldade pura.

capitu.jpg

Campeão - Escobar, de Dom Casmurro (Machado de Assis)

Já sei! Você deve estar pensando: CAPITU NÃO TRAIU BENTINHO! Tudo bem, até concordo com você...

Mas e se??? 

Leia outras listas do Shereland:
As 10 maiores duplas (ou trios) de amigos encontrados nos livros 
Os 10 casais mais apaixonantes da literatura 
10 livros (e afins) que vão tirar sua esperança na humanidade 
10 livros que vão deixar você deprimido 
10 livros (e afins) que vão deixar você mais feliz 

Livros relacionados

Percy Jackson e o ladrão de raios
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Percy Jackson e a Maldição do Titã
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A Hora da Estrela

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Yuri 5 de Agosto de 2014 às 19:06

Glória é a pior!

A gente lê: Desonra

desonra.png

Já faz mais de uma semana que terminei Desonra, do sul-africano J.M. Coetzee, mas fiquei postergando esse post por um simples motivo: deve ter sido o melhor livro que li neste ano. E aí fica difícil explicar essa grandiosidade toda. Por isso, vou dividir tudo em itens para facilitar.

A decepção das 30 primeiras páginas

Jamais tinha ouvido falar de Coetzee - vergonha, pois ele tem o Nobel de Literatura de 2003 - até a editora Vanessa Ferrari falar maravilhas sobre ele no curso de Estrutura Narrativa..

Comprei meu exemplar, comecei alegremente a leitura e... detestei. Vejam só:

  •  Um professor universitário de 52 anos. 
  • Ele se acha o maior intelectual de todos os tempos e aproveita esse "plus" para sair paquerando as alunas. 
  • Só que, em uma dessas investidas, acaba obcecado por uma menina uns 30 anos mais jovem. 

Isso te lembra alguma coisa? A mim veio imediatamente o enredo de O Animal Agonizante, de Philip Roth. Não que eu não tenha gostado da obra do americano, mas outra vez? Não dava. 

Até que David Lurie, o protagonista, é acusado pela aluna de assédio sexual

E, com isso, Coetzee me gerou um tilt. Sim, porque até aí eu estava indo na onda do narrador sem perceber que era a versão unilateral de uma história vivida por mais de uma pessoa. Quando a garota o acusou, notei que em nenhum momento ela havia dado mostra de que estava gostando das investidas do professor. Pensando do ponto de vista dela, portanto, sim, ela pode ter sido coagida. 

O que me fez lembrar de Dom Casmurro e de como Machado de Assis fez, por anos e anos, os leitores defenderem fielmente a questionável versão de Bentinho. O que eu quero dizer é que nós jamais podemos esquecer que personagens também mentem.

A partir daí, David Lurie decide fugir para o campo

Ele acaba sendo expulso da faculdade, e vai morar com a filha lésbica que cuida sozinha de uma fazenda no interior da África do Sul. Então o intelectual ativo precisa se acostumar com uma nova rotina na vida no campo. 

Lucy é ativista em prol dos animais e convence o pai a passar seu tempo em uma espécie de ONG que sacrifica bichos terminais.

Tudo vai bem, até que criminosos atacam a casa de Lucy e uma grande tragédia acontece

(Spoiler)

David é trancado no banheiro, enquanto Lucy sofre um estupro triplo numa das cenas mais tensas e bem feitas que já li na vida. O que gera dois conflitos geniais: um de âmbito individual, já que o professor garanhão que pode ter assediado uma menina se depara com a violência contra a própria filha.

E um de âmbito histórico-social, que revela uma África do Sul ainda lutando contra o Apartheid embutido em seus cidadãos. David Lurie e família pertencem a uma elite branca, enquanto o pessoal do campo são negros começando a conquistar territórios até então proibidos. 

Desonrado pela segunda vez, David Lurie quer justiça. Já Lucy se resigna porque sente uma certa "culpa histórica".

Caramba! Estupro, desonra. Manter a honra. Demarcar território. Não é um enredo sublime?

E tudo isso, escrito de maneira super direta

Vanessa Ferrari havia descrito o texto de Coetzee como "enxuto". Concordo. Li este livro pesado com a facilidade de quem devora um best-seller.

Leia sobre outros autores africanos
O Outro Pé da Sereia, de Mia Couto 

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A gente lê: Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie

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As 10 maiores duplas (ou trios) de amigos encontrados nos livros

Em 20 de julho é comemorado o Dia do Amigo >.<

Por isso, o Shereland ficou fofo e decidiu selecionar os laços de amizade mais apertados encontrados na literatura.

Álbum

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Gabriela 22 de Julho de 2014 às 14:19

Opa! Errei na legenda do álbum: eu tinha dito que Amir, de O Caçador de Pipas, era iraquiano, mas a história se passa no Afeganistão :-/ Corrigido ;)

Juliana =D 21 de Julho de 2015 às 09:26

Gosto mais quando é em formato de lista! =****

A gente lê: Coração Peludo (extra: lançamento)

Minha leitura da vez: Coração Peludo. Conheci o livro pelo meu vizinho, que é o próprio autor. É um moço MUITO simpático do prédio, com quem conversamos um pouco pela rua ou pelo prédio. Foi então que descobri que ele escreveu um livro (no caso, já era o segundo) e ia fazer o lançamento. Fiquei com muita vontade de ler e conhecer (nunca conheci um escritor antes =P)

Coração Peludo, de Plínio Camillo

Falando um pouco do livro, são diversos contos, mas em ordem cronológica (particularmente, li como se fosse um livro normal). São diversas histórias em que o personagem principal participa, como se estivesse contando um acontecimento passado. Desses que você conta para seus amigos num bar. Esse personagem principal é um sujeito simples do interior, desses que causam bastante problema. E nesses acontecimentos, tem muita coisa engraçada (algumas bem pesadas). Confesso que me peguei rindo alto no metrô pelas besteiras que ele faz. A leitura é rápida e simples.

O significado de coração peludo é "pessoa com ódio no coração". Podem ter diversas dessas pessoas na história, mas pessoalmente não achei isso do personagem principal. Achei-o um sujeito mais simples do que com ódio.

Bom, como sou suspeito em falar. Emprestei o livro para a Gabriela, aqui do Shereland, que não conhece o Plínio Camillo. A opinião dela segue em itálico:

Para mim o que há de mais bacana é a forma como a história é contada. O narrador relembra sua trajetória dos seis aos 52 anos de idade. O papo é reto: são 46 contos, um para cada ano de vida - nada mais do que isso.

E aí a gente vai acompanhando tudo: o ódio de irmão pela irmã, o ressentimento pelo pai, a decisão de entrar para o teatro, a prisão, os amores, as paixões, o enfarto...

Com um jeito de escrever muito próximo àquela oralidade da rua mesmo, cada conto - alguns, para mim, estão mais para poemas - traz expressões, credos e imagens que lembram muito as histórias que nossos pais cismam em repetir. Mas, não se engane. O que eles ocultaram, o Plínio conta.

E para você que se interessou, aproveite que terá o lançamento logo, dia 23/07/2014 na Av. Paulista.

Horário: 19h às 21h30
Local: Casa das Rosas – Avenida. Paulista, 37 – Bela Vista – São Paulo
Custo: R$ 35,00 (trinta e cinco reais; no evento, pagamento somente com dinheiro ou cheque)

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Plínio Camillo 18 de Julho de 2014 às 18:54

Belo blog!! Muito obrigado pelas gentilezas!!

Eles leem: Jim Carrey

jim-carrey.jpg

O que você chutaria se tivesse que adivinhar as obras que Jim Carrey curte no tempo livre? Coletâneas do tipo piadinhas do Golias?

Nada disso.

Segundo o site ShortList , o livro favorito do astro da comédia hollywoodiana é o clássico - e mega tenso - Crime e Castigo, do russo Fiódor Dostoiévski.

crime-e-castigo.jpg

Publicada em 1866, a história não tem nada de besteirol. O ex-estudante Rodion Romanych Raskolnikov está na miséria, e uma solução vai e volta de sua cabeça: matar e roubar uma velhinha agiota. 

Não, gente, o personagem não é um inescrupuloso total. Mas é que o enredo vai sendo traçado de um jeito que ele é praticamente empurrado para o crime.

Aí quando Raskolnikov finalmente está com o machado e a senhorinha na mão, e o assassinato acontece, surge algo inesperado. A irmã da mulher chega na casa e, sem saída, o moço acaba acabando com ela também.

Ou seja, em uma tarde, o ingênuo e promissor estudante se torna um brutal assassino procurado pela polícia. Só que a trama é tão bem costurada que nós, leitores, acabamos torcendo fervorosamente para que ele escape ileso.

Bom, não conto mais nada. Confira você mesmo o livro de Jim Carrey tanto gosta. Ah, e se está pensando que esse é mais um clássico antigo e difícil de ler, fique sossegado, porque a escrita de Dostoiévski é incrivelmente fluida.

Li essa edição da Editora 34 da imagem, porque a encontrei bem barata em um sebo, mas sei que existem versões de bolso mais em conta (a da Martin Claret custa uns R$ 15,00) ;)

Leia mais:
Outra celebridade de Hollywood foi vista lendo um clássico russo. Clique aqui para saber quem é. 

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