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Transporte cultural no Distrito Federal

Não. Isso não é uma iniciativa do governo para você ler mais. Na verdade, isso é iniciativa do cobrador de ônibus Antônio da Conceição Ferreira, que está incentivando os passageiros à leitura com livros grátis.

emprestimo-livros-no-onibus-distrito-federal.jpg

Ele disse que, no começo, anotava o nome dos passageiros que pegavam os livros, mas agora não se preocupa com a não devolução. Ele empresta os livros, e os passageiros devolvem quando possível. Aparentemente, eles sempre devolvem os livros no próprio dia.

Há planos para crescer, de forma que mais ônibus façam parte dessa iniciativa, e então os passageiros possam devolver os livros em outros ônibus depois de lerem.

Que bom seria se tivéssemos isso por todo o Brasil, e em todo o lugar. Imagina que ótimo poder pegar emprestado um livro no metrô, ônibus, etc. Embora seja pouco, podemos ver algumas ações pró leitura (como livrarias em pontos de ônibus).

Veja matéria na íntegra no Meio Norte.

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A gente lê: Peixe Peludo

peixe-peludo-capa.jpg

Meu amigo Daniel está resolvido a me apresentar às HQs e, dessa vez, me emprestou Peixe Peludo dos brasileiros Rafael Moralez e Rodrigo Bueno.

O texto da contracapa chega a falar em "literatura alcoólica". Mas acho que posso simplificar a história: um peixe-homem muito mal-humorado e nada politicamente correto vivendo num aquário-cidade chamado São Paulo. Enquanto anda sem rumo pelas ruas caóticas, ele pensa desenfreadamente sobre tudo o que não precisa pensar: Cid Moreira, ovos de codorna de botecos ou crianças se empanturrando de brigadeiro em buffets infantis.

De fluência pauleira, li em uma ida de metrô para o trabalho. E aí separei as sacadas de mestre que me fizeram entender por que o Daniel gosta tanto da HQ:

peixe-peludo-john.jpg

  • "... E nem sei mais o que ela me disse, e eu respondi 'Nem sei então...', aí ela falou 'Então tá!!!', e eu respondi 'Então tá então'";

  • "Quando você não tem nada a dizer, basta começar a dizer que as coisas são maravilhosas"

  • "Só quando a coisa aperta que eu digo 'Ai, meu deus'"

  • "Pra esse povinho tudo é arte. Fazer macarrão é arte, comprar fita isolante é arte, papel crepom então, nem se fala, é a arte máxima"

  • "Quem cedo madruga tem muito mais tempo para fazer o mal. Ou para fazer as coisas com má vontade"

  • "Sim, porque todo samba enredo que se preze... tem que ter Cleópatra e Amazônia"

  • "Eu não perdoo o vegetarianismo, eles que venham pedir desculpas pra mim que vão ver o que é bom pra tosse"

  • "Pensando que não posso mudar pra praia porque a areia me incomoda"

    peixe-peludo-churras.jpg

Leia mais sobre quadrinhos no Shereland:
A gente lê: Os Beats 
A gente lê: Turma da Mônica em Graphic Novel 

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Conheça quatro clássicos alemães para comemorar o tetra do país

E agora a Alemanha é tetraaaaaaaa. Já que é assim, decidimos "homenagear" o país escolhendo quatro clássicos da literatura alemã, um para cada título mundial.

Já aviso que não sou nenhum pouco craque nesse assunto, mas vou me esforçar.

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Os Sofrimentos do Jovem Werther, de  Johann Wolfgang von Goethe - Werther se apaixona por Charlotte, uma mulher casada. Mas se esta obra é um marco do romantismo, vocês devem imaginar que quando falamos em paixão, é uma paixão daquelas... que dá febre, alucinações e até vontade de morrer de amor. 
O livro foi tão arrebatador, que acabou provocando uma onda de suicídios na Europa.

circulo-giz-caucasiano.jpg

O Círculo de Giz Caucasiano, de Bertolt Brecht - Peça escrita no fim da Segunda Guerra Mundial enquanto o autor estava exilado nos Estados Unidos. Aborda de maneira alegórica a disputa da terra, e tem muita gente que vê propaganda marxista nesta obra.

christiane-f.jpg

Eu, Christiane F., Treze Anos, Drogada e Prostituída - Durante muito tempo, desconhecia-se que este livro era a biografia de Christiane Vera Felscherinow, uma moça que viveu a adolescência na decadente Berlim da década de 1970. Perdida, ela passava os dias com amigos usando heroína e fazendo o que podia para conseguir uma viagem a mais. Sem dúvida nenhuma, foi o livro da minha adolescência.

menina-sem-qualidades.jpg

A Menina Sem Qualidades, Juli Zeh - Para quem quer conhecer algo mais contemporâneo, esse título entrou na moda como sendo símbolo da juventude que não crê em nada. Ada é uma menina muito inteligente e desajustada - daquelas que não têm amigos no colégio. Um dia, chega em sua sala Alev, um menino muito mais velho e encantador que, além de inteligente, tem todos na palma da mão. Alev manipula Ada até que ela seduza o professor-gato. Depois, a duplinha do mal chantageará este mestre.

Esse post surgiu graças à ideia do nosso querido Hage :) Valeu!

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Gustavo Valim 14 de Julho de 2014 às 22:34

Oi Gabriela!
Adoro esses posts especiais, desses eu só conhecia Christiane F. e todo mundo fala muito bem! Ainda quero ler!
Então É TETRA! Dá-le, Deutschland! \o/
Beijos,

Gustavo Valim
http://jantandolivros.blogspot.com.br/

A gente lê: Os Beats

os-beats.png

E aí que eu li a minha primeira história em quadrinhos da vida- sem contar, é claro, os gibis da Turma da Mônica, Barbie, Senninha e afins! O feito foi  realizado graças ao incentivo do meu querido amigo Daniel, que me emprestou uma obra com um tema irresistível para mim: o movimento beat. 

Os Beats não faz uma análise profunda do grupo e de sua obra. A proposta é muito mais simples e divertida: chamaram algumas duplas de roteiristas e desenhistas do universo HQ politizado americano, e daí elas foram dando uma geral sobre os artistas ou aspectos essenciais para o movimento em histórias curtas e independentes.

Como não poderia deixar de ser, o livro abre com a biografia em quadrinhos (roteiro de Harry Pekar e a arte de Ed Piskor) dos três grandes beats: Jack Keroauc, Allen Ginsberg e William S. Burroughs

beats-dentro.png

Essas páginas estão recheadas com aquele tipo de fofoca que a gente adora saber... Insinua-se, por exemplo, que Ginsberg contribuiu muito mais para Almoço Nu do que o próprio Burroughs. Conta-se ainda que este andou assaltando gente a mão armada na Times Square para comprar drogas! 

Só não gostei muito quando caracterizam meu muso Keroauc como antissemita e homofóbico. Já li algumas coisas dele e sobre ele, e nunca achei que estivesse alguma dessas inclinações. Aliás, discordo até que ele fosse de fato apaixonado por Neal Cassady - não que faça alguma diferença, mas acho mesmo que era pura amizade :p

Enfim, depois dessa boa introdução, a obra traz pequenas historinhas - geralmente de quatro páginas - não só sobre os escritores (tem Gregory Corso, Philip Whalen, Diane DiPrima...), mas também sobre artistas plásticos, bandas e até lugares.

Como a HQ foi feita por muita gente, é muito incrível observar diversos traços e estilos de escrita.

beats-contracapa.png

O ponto alto para mim fica, sem dúvida, para Joyce Brabner (roteiro) e Summer McClinton  (desenho) que criaram a tocante Garotas Beatniks. Aqui, finalmente é tirado o glamour das namoradinhas dos beats. Carolyn Cassady, por exemplo, é personagem importande de On The Road, mas, na vida real, tinha que sustentar a família enquanto o maridão curtia o mundo com Kerouac. Ou Elise Cowan, a menina que datilografou por puro amor O Uivo, mas que, rejeitada pelo homossexual Ginsberg, acabou se atirando de uma janela fechada.

Dani, muito obrigada! :D

Leia mais sobre o movimento beat aqui no Shereland:
Cinco fatos que vão atiçar sua curiosidade sobre William Burroughs 
10 livros (e afins) que vão tirar sua esperança na humanidade 
A gente lê: Anjos da Desolação, de Jack Kerouac 

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As melhores frases de O Outro Pé da Sereia, de Mia Couto. Qual a sua favorita?

outro-pe-sereia-citacoes.jpg

No post de ontem, me derreti pelo livro O Outro Pé da Sereia, escrito pelo autor moçambicano Mia Couto. 

Mas não fiquei satisfeita em me restringir apenas às minhas impressões sobre o livro. Como vocês podem ver pela foto, adorei a escrita do autor e acabei destacando várias frases sublimes.

Compartilho-as com vocês e proponho um desafio: que tal me dizerem nos comentários qual das citações é a sua favorita? 

"A melhor maneira de fugir é ficar parado"
"só é olhado pelo o céu quem olha para as estrelas"
"Até porque Lázaro sempre dizia que não resolvia problemas. Ele dissovia os problemas, que é uma forma superior de prestar ajuda"
"quem não vê os seus sonhos é porque está sonhando aquilo que está vendo"
"A vida, para ele, era um rio comportado. A felicidade era o prenúncio da inundação"
"as pessoas é que abrigam a casa, a ternura é que sustenta o tecto."
"A velhice é uma gordura na alma"
"Mentir não passa de uma benevolência: revelar aquilo  que os outros querem acreditar"
"O pobre Deus, explicava Dona Constança, sofria de vista cansada, exaurido pelos peditórios infinitos"
"Nós temos que lutar para deixarmos de ser pretos, para sermos simplesmente pessoas"
"a verdadeira viagem é a que fazemos dentro de nós"
"a melhor maneira de não morrer queimado é viver dentro do fogo"
"um livro é uma canoa"
"O problema da solidão é que não temos ninguém a quem mentir"
"Quem não tem passado não pode ser responsabilizado"
"o assassínio, pensamos, nasce da torpeza da alma. Mas não: a vontade de matar nasce das miudezas do dia-a-dia, desse amarelecer sem história em que se convertem as nossas vidas"

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O Outro Pé da Sereia

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Frases e citações de Mia Couto em Terra Sonâmbula

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JU 10 de Julho de 2014 às 12:44

Favoritas:

"O problema da solidão é que não temos ninguém a quem mentir"

"a melhor maneira de não morrer queimado é viver dentro do fogo"

Rafael 11 de Julho de 2014 às 12:48

Hmmmm... demorei pra escolher, e mesmo assim, acho que também escolho duas
"quem não vê os seus sonhos é porque está sonhando aquilo que está vendo"
"a verdadeira viagem é a que fazemos dentro de nós"

Maria Rita 12 de Julho de 2014 às 10:44

Frase que mais gostei ou mais me identifiquei, não se sei...
"quem não vê os seus sonhos é porque está sonhando aquilo que está vendo"